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Marca território valoriza o potencial das cidades

Palestra destaca o impacto da estratégia para o desenvolvimento econômico
Por Da Redação
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Em um passado recente, as cidades usavam suas vocações naturais ou econômicas para atrair turistas e negócios. Elas estão descobrindo, agora, um valor mais intangível, mas com grande potencial de fomentar o desenvolvimento local: sua marca e sua identidade. E esse foi o tema da palestra ‘A marca da sua cidade: valor e identidade’, com o empresário português e especialista internacional em place branding, José Felipe Torres, consultor, CEO e fundador da Bloom Consulting.

Torres participou do Seminário Internacional do Delta Forum nesta quarta-feira (22/11) e explicou os conceitos de ‘Marca Cidade País’, apresentou um estudo inédito realizado por sua empresa e falou sobre o impacto do tema na economia de um território.

Segundo o consultor, embora não exista um conceito único, a ‘Marca Cidade País’ refere-se à percepção dos valores que a marca gera para atrair investimentos, turismo e talentos para algum território. Ele citou a Nova Zelândia e a Estônia como exemplos exitosos na construção de suas marcas.

Torres disse que, a partir da unidade das ações políticas de seus stakeholders, priorização de políticas e investimentos na área de maior percepção da marca, a Nova Zelândia é percebida atualmente por sua “pureza e sustentabilidade”, enquanto a Estônia diferencia-se pela tecnologia e inovação.

O especialista apresentou também o modelo de taxonomia de marca desenvolvido pela Bloom Consulting, que identifica vários elementos de análise da percepção da marca de um território. No ranking de percepção de cem cidades brasileiras, utilizando esse modelo, Belo Horizonte apareceu em 9º lugar, no top 10 nacional.

Por fim, apresentou estudo, também realizado pela empresa Bloom, que mensura o impacto do branding place na economia de um território. O levantamento possibilitou a análise e a percepção de marca de 70 cidades em diversos países e investigou como a percepção impacta e contribui para o desenvolvimento econômico das cidades sob o ponto de vista dos investimentos, do turismo e da atração e retenção de talentos de determinado território.

Ainda segundo ele, o estudo concluiu que, cientificamente, há uma correlação entre a percepção da marca do território e seu desempenho econômico e que, estatisticamente, as marcas de países e lugares impactam as economias locais em uma média de 26%.

Isso significa que as percepções são responsáveis por 26% de todas as receitas de turismo internacional, Investimento Estrangeiro Direto (IED) e atração de população de migração de talentos. Ou seja, em média, para países e cidades, um decimal (0,1) na percepção representa US$ 1,1 bilhão em receitas de turismo, U$ 1,45 bilhão em entrada líquida de IED e 230 mil expatriados.

Por fim, Torres ressaltou que o investimento em um território é proporcional à percepção que se tem desse lugar. Segundo ele, se essa percepção fosse uma indústria, ela representaria 1% do PIB mundial. Esse percentual equivale-se, por exemplo, à participação da indústria farmacêutica e ou do setor de energia renovável na economia.

Cidades, histórias reais

Logo após à apresentação de Torres, suas reflexões foram corroboradas na prática por meio de dois cases de valorização de identidade e origem em Minas Gerais. Em ambos, são desenvolvidos projetos que contam com o apoio e a participação do Sebrae Minas.

O prefeito de Januária (MG), Maurício Almeida, falou sobre o desenvolvimento da percepção do turista sobre os “sabores e saberes” em sua cidade, situada no Vale do Jequitinhonha e que conta com menos de 70 mil habitantes. Segundo o gestor, o setor de turismo local passou a ser responsável por 60% do incremento da economia e da receita do município ao trabalhar os talentos locais para construir identidades reconhecidas em todo o mercado.

Cidades, histórias reais: case de Januária (MG)

Em seguida, a gestora de agronegócios do Sebrae, Priscilla Lins, ampliou a discussão, destacando a presença de “um novo consumidor no mercado, interessado em fazer melhores escolhas de consumo, levando em conta valores como sustentabilidade e transparência dos fornecedores”. Segundo ela, são os consumidores que valorizam a origem dos produtos e procuram saber como, por quem e onde eles são produzidos.

Priscilla Lins: “consumidores que valorizam a origem dos produtos e procuram saber como, por quem e onde eles são produzidos”

Em outras palavras, eles relacionam os produtos ao território e às pessoas. Nesse sentido, esse novo consumidor, ao valorizar a origem do produto, gera valor que, por sua vez, impulsiona o desenvolvimento da região. Alguns exemplos dessa transformação são os queijos de minas, cafés do cerrado e os azeites da Serra da Mantiqueira.

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Assessoria de Imprensa Sebrae Minas

(31) 3379-9271/9139/9275

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Redação: Contexto Comunicação e Prefácio Comunicação

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