O Sebrae Minas reuniu diversas lideranças comunitárias, parceiros e empreendedores, nesta terça-feira (7/2), para apresentar um estudo, desenvolvido em parceria com o Data Favela/Instituto Locomotiva, que mostra o perfil dos empreendedores e negócios das favelas de Minas Gerais. O Fórum Empreendedorismo e Geração de Renda na Favela contou com a presença do presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo Souza e Silva, do superintendente, Afonso Maria Rocha, do diretor Técnico, Douglas Cabido e do diretor de Operações, Marden Magalhães.
A pesquisa faz parte das ações do programa “Comunidade Empreendedora”, uma iniciativa do Sebrae Minas para promover a competitividade dos negócios da periferia. O objetivo do levantamento foi fornecer uma análise mais profunda sobre as oportunidades dos pequenos negócios nas comunidades, identificando meios de geração de renda para as famílias. A partir dos números obtidos no estado, o Sebrae Minas poderá priorizar estratégias específicas para a promoção do desenvolvimento local.
“Os dados fornecidos por meio deste trabalho vão nos ajudar a oferecer soluções mais efetivas aos empreendedores desses territórios. Para termos êxito nessa jornada, precisamos contar com a ajuda de diversos parceiros que também trabalham para melhorar as condições em que vivem nas periferias”, afirma Marcelo de Souza e Silva.
De acordo com a pesquisa, realizada entre setembro e novembro de 2022, 69% dos negócios das comunidades mineiras atuam na informalidade. Dos 31% dos estabelecimentos formalizados, a maioria (79%) é microempreendedor individual (MEI), que fatura até R$ 81 mil por ano. Os dados também sinalizam que praticamente todos os entrevistados têm empreendimentos na própria comunidade onde residem, sendo 41% funcionando em um ponto comercial, 26% na própria residência e 18% na rua.
“Há mais de 20 anos o Sebrae Minas atua em vilas, favelas e aglomerados do estado, oferecendo orientação e capacitação gerencial aos empreendedores, além de apoio para acessarem novos mercados. Depois da pandemia, muitos empreendedores tiveram que abrir um negócio por necessidade e sem muito planejamento. Agora, queremos dar o suporte e apoio que precisam para poderem crescer e se tornarem mais competitivos”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo.
Ex-ministro de Turismo e ex-presidente do Sebrae Nacional, o sociólogo e especialista em Gestão e Empreendedorismo Luiz Barreto, um dos coordenadores do estudo, diz que os números ajudam a entender o perfil das comunidades empreendedoras. “A partir da interpretação dos dados, é possível desenvolver ações que valorizem a autoestima e o conhecimento do empreendedor, para que possa ampliar as vendas, atrair novos clientes e ter um belo caminho pela frente”, afirma.
A gerente da Unidade de Indústria, Comércio e Serviços (UICS) do Sebrae Minas, Márcia Valéria, fez um panorama sobre as iniciativas da instituição para ajudar os empreendedores das comunidades. Entre eles, estão parcerias como a Urbe (realizada de 2003 a 2006), BH Negócios (2009 a 2016), Vilas e Favelas (2016 a 2019) e Jornada Empreendedora (a partir de 2020). “Encontramos várias pessoas que sonham com dias melhores e querem empreender. Por isso, nosso objetivo é ajudá-las a aumentar a renda e captar e reter os clientes e recursos para que o dinheiro gire dentro da própria comunidade”, explica.
Empreendedora de sucesso
Uma das empreendedoras de comunidades presentes na apresentação da pesquisa foi Denilda Maria de Oliveira, conhecida como Branca. Em 2010, ela e uma sócia abriram a empresa Buchas Bonfim de Minas para comercializar itens feitos com o vegetal. Os planos, porém, não deram certo de imediato, e ela foi à falência. O cenário começou a mudar a partir das capacitações oferecidas pelo Sebrae Minas.
Branca fez cursos sobre empreendedorismo, gestão e liderança até sua empresa realmente se consolidar no mercado. Hoje, a produção de buchas chega a 2 mil por mês em diversos tamanhos. “Precisava entender sobre o mercado, o produto e os desafios. O Sebrae Minas me incentivou a ir às feiras. O empreendedorismo está no sangue, mas é preciso estar preparada para não perder o foco”, conta.
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