Dos quase 150 mil empreendimentos ativos na Construção Civil no Brasil em 2022, cerca de 13 mil estão em Minas Gerais. Com o objetivo de apresentar formas para desburocratizar o licenciamento da atividade, além de obras e edificações, o Delta Forum 2023 trouxe para a discussão nesta quinta-feira (23/11), na sede do Sebrae Minas, em Belo Horizonte, o painel ‘Políticas Públicas de Energia Solar e Construção Civil para os Municípios Mineiros’.
Um dos destaques da apresentação foi o exemplo de Lagoa da Preta, no Centro-Oeste do estado, que desenvolveu leis para simplificar e agilizar os processos relacionados à atividade da construção civil. De acordo com o secretário municipal de Obras e Urbanismo, Reginaldo Henrique dos Santos, o município de pouco mais de 50 mil habitantes teve inspiração nos exemplos de Extrema (MG) e Curitiba (PR) para atuar junto às empresas de construção civil. Atualmente, o tempo de resposta entre um pedido de licenciamento e a data do retorno gira em torno de cinco dias.
“Depois de um trabalho longevo, conseguimos desburocratizar legislações e procedimentos na atividade. Reduzir esse tempo de tramitação dos processos faz com que muitos empregos sejam gerados com frequência. Com isso, garantimos maior transparência e atendimento aos cidadãos”, afirmou o secretário.
Foram apresentadas algumas soluções criadas pela prefeitura para dinamizar os processos, como a informatização do sistema, a contratação de um engenheiro agrimensor, a criação de cartilha informativa, a busca por convênios com entidades, a formulação de uma agenda de fiscalização de obras e a aquisição de georreferenciamentos.
Outro destaque no painel foi a apresentação do engenheiro civil Lucas Batista sobre o conceito de Building Information Modeling (BIM) – em português, Modelagem da Informação da Construção, que se refere ao conjunto de informações tridimensionais de um edifício feitas por um software, e que facilitam todo o entendimento do projeto.
‘O BIM chegou para reduzir o percentual de erro humano nas obras. Por meio de um programa, ele prevê manutenções no meio do processo, consegue ser transparente, libera modelos inteligentes do projeto e informações de todos os detalhes da construção”, reforça Lucas Batista.
Quais critérios para uma cidade receber um grande empreendimento ?
Também ligado ao tema da Construção Civil, o painel ‘A visão das grandes empresas: critérios para escolha da área de investimento e instalação” mostrou exemplos bem-sucedidos para que grandes empresas possam definir as cidades para a construção de grandes empreendimentos. O seminário contou com a participação do representante da construtora italiana Farsa Bartolo, que investiu recursos em Matozinhos, na Grande BH, além da Fullwood, que ergueu gaçlões em cidades como Betim, Extrema e Pouso Alegre.
Com mais de 30 anos de experiência em empresas multinacionais, o diretor-financeiro e de Relações Institucionais da Fassa Bartolo, Ivan Aliberti, considera que os municípios ainda carecem de melhor infraestrutura para receber grandes companhias e atrair investimentos. “A imagem que o Brasil passa muitas vezes é limitativa. Quando um investidor se interesse em colocar sua empresa no país, ele avalia bastante o mercado. Faltam tecnologia e competitividade industrial para que os negócios possam vir para o Brasil”, afirmou.
Já A Fullwood é especializada em construção de grandes galpões industriais e condomínios logísticos, consolidando seu mercado no interior de São Paulo. O CEO da empresa, Gilson Schilis, citou alguns critérios para que sua companhia possa se fixar em um determinado território e, ao mesmo tempo, rejeite outros. “Buscamos parcerias que possam facilitar nossa transferência. Algumas ações favoráveis são a liberação de acesso às rodovias, a obtenção fácil de licenças ambientais e a concessão de energia no empreendimento, além da obtenção de benefícios fiscais. Logo, um gestor que queira uma grande empresa em sua cidade deve se preocupar com essas questões”, adverte.
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