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Serviços de streaming abre novas possibilidades para o mercado audiovisual

Sócia da Raccord Produções, Clelia Bessa, dá um panorama sobre o mercado das criações de vídeo on demand durante a MAX
Por Da redação
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Com o avanço tecnológico e os impactos da pandemia, o mercado audiovisual registra mudanças que influenciam toda a cadeia de produção e distribuição de conteúdo. Neste cenário, surge a oferta do video on demand (VoD), que vem crescendo exponencialmente em todo o mundo.

Conhecido no Brasil como vídeo sob demanda, o VoD representa a possibilidade dos usuários escolherem o conteúdo audiovisual que desejam consumir por meio de banda larga em diversos dispositivos, como TVs, desktops, smartphones ou tablets, e no horário que convém. Além disso, essa solução incentiva o surgimento de novos canais de distribuição de conteúdo audiovisual, o que aumenta a oferta por nicho de mercado.

De acordo com dados do relatório da Nielsen, deste ano, o mercado de streaming – plataforma de conteúdos sob demanda, nos Estados Unidos, já supera os espectadores da TV por assinatura. No Brasil, essa realidade não é diferente. Uma pesquisa da KPMG, realizada em 2021, revela que 86% dos entrevistados têm acesso a esses serviços.

O mercado está se transformando, mas segue valorizando o bom conteúdo. Historicamente, o segmento já viveu situação similares, como há 20 anos com a chegada do VHS no mercado. Hoje, há uma grande concorrência com lançamentos semanais e, conquistar a audiência, tem sido cada vez mais desafiador.

Após a participação na MAX 2022 – maior evento de audiovisual de Minas Gerais, realizado nesta semana, em Belo Horizonte, a sócia produtora da Raccord Produções, Clelia Bessa, concedeu entrevista exclusiva para a Agência Sebrae de Notícias (ASN/MG) e falou sobre o cenário do streaming e das produções VoD, legislação do mercado e oportunidades.

Confira na íntegra a entrevista:

ASN/MG – Como o streaming e o VoD têm impactado o mercado audiovisual?

O audiovisual sempre andou próximo da tecnologia. Tivemos um primeiro boom que foi a questão do VHS quando, pela primeira vez, o consumidor escolhia o que iria assistir. Isso foi algo muito impactante, e ocorreu há 20 anos. Agora, o streaming veio para ficar, uma vez que você também seleciona o que deseja ver. Obviamente, este tipo de conteúdo é diferenciado, sendo absorvido de acordo com o consumo. Agora, teremos que reinventar os modelos de distribuição e de produção por conta desse novo avanço que foi avassalador.

Quais motivos levaram ao crescimento das produções VoD?

Por meio da tecnologia com a banda larga, o consumidor tem acesso a um conteúdo com mais qualidade. Além disso, durante a pandemia, não tínhamos a possibilidade de ir ao cinema tradicional, o que levou o mundo inteiro a optar pelo streaming. Ele foi um grande companheiro do público nesse período de pandemia.

Quais deverão ser as tendências para as plataformas de VoD?

Acho que continua sempre a ideia de que o ‘conteúdo é rei’. Um bom conteúdo vai prevalecer, não importa a plataforma onde ele esteja. É obvio que quanto mais popular for o VoD e o streaming, mais acessos ele terá. É um momento de mudanças nos modelos de negócio. Estamos no ‘olho do furacão’, por isso, não arriscaria uma tendência. Temos mudanças de paradigma, por exemplo, o CEO da Disney que falava sobre isso há 20 anos, e acabou mudando completamente de ideia nos últimos anos. Nesse momento, ainda é cedo para afirmar qual a tendência.

Hoje, quais são as principais plataformas de VoD?

A Disney junto à Hulu, HBO, Netflix e Amazon são as principais plataformas no Brasil.

Recentemente, foi apresentado no Senado o Projeto de Lei 2.331/2022, que determina a cobrança de uma contribuição dos prestadores de serviço de vídeo sob demanda (VoD). O que devemos esperar dessa regulamentação, e por que a necessidade dela?

O conteúdo audiovisual é, ao mesmo tempo, um conteúdo cultural porque espelha hábitos e culturas de um público nacional, seja ele qual for, e também tem um aspecto mercadológico. Então, é uma dicotomia e, por isso, precisamos ter uma reserva de mercado. Obviamente, você deve saber como o americano toma o café da manhã, mas não sabemos o que o paraibano come. Esse é um hábito cultural que o cinema fez muito bem com o povo americano. Ele conseguiu vender para o mundo inteiro os seus hábitos culturais e o seu consumo. Eu acredito que deve haver uma proteção para o conteúdo nacional, seja ele de qual país for. A Netflix, por exemplo, não é brasileira, precisa pagar para produzir no Brasil. Então, é muito importante essa reserva de mercado nacional, como os franceses, australianos e finlandeses fazem. É muito bem-vinda ao Brasil essa reserva.

Como os pequenos produtores independentes poderão aproveitar as oportunidades vindas com o VoD?

Participando de eventos como a MAX. É muito importante termos o ‘face a face’. E é nesses encontros que conhecemos o que os investidores precisam e o que podemos ofertar. Nosso país tem dimensões continentais e uma produção audiovisual madura. Nos preparamos nos últimos tempos, e acredito que estamos habilitados para oferecer conteúdos de qualidade a qualquer streaming.

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