
Empreendedores do Cerrado Mineiro e da Amazônia participaram do painel “Restaurar e Regenerar”, na última terça-feira (18/11), no estande do Sebrae na Green Zone da COP30. Eles apresentaram modelos de negócio que combinam restauração florestal, geração de renda e inclusão produtiva, apontando que recuperar ecossistemas pode ser também rentável. No painel, ficou demonstrado que a restauração de áreas degradadas está ganhando escala e se consolidando como uma nova fronteira econômica no Brasil.
O moderador Marcos Geraldo Alves da Silva, gerente do Sebrae Minas na Regional Noroeste e Alto Paranaíba, abriu o debate afirmando que regenerar é a saída para conter o aquecimento global. Para ele, a restauração produtiva ajuda a diversificar a renda rural, criar mercados e impulsionar cadeias de sementes, viveirismo, agricultura e agroflorestas. “As experiências apresentadas na COP30 demonstram que o Brasil vive uma nova economia da restauração com empreendedores e comunidades na transição para um futuro mais sustentável”, explica.
Ele destacou ainda que o Cerrado Mineiro, atualmente, possui a maior área certificada em Boas Práticas Agrícolas no Brasil, e tem a maior área certificada em Agricultura Regenerativa do mundo na cafeicultura, entretanto, os desafios ainda são muitos. “É fundamental fortalecer as governanças nos territórios na busca de soluções e recursos. Embora os empreendedores rurais sejam os grandes agentes responsáveis pelo trabalho de regeneração, somente com o trabalho feito em conjunto, com as cooperativas, governos e outros agentes da cadeia produtiva, será possível a regeneração e a restauração, seja do ponto de vista ambiental ou produtivo”, frisou.
Recuperação ambiental no Cerrado
O painel recebeu também o produtor rural e presidente do Consórcio Cerrado das Águas (CCA), Marcelo Urtado. Formado por 15 empresas e produtores rurais, o Consórcio já restaurou 4,8 mil hectares em Minas Gerais, e tem como meta recuperar 20 mil hectares até 2030. O trabalho envolve agricultura regenerativa, transição produtiva e parcerias técnicas. “A restauração só avança se for economicamente viável ao produtor. O Sebrae tem papel fundamental nesse processo”, destacou Urtado.
Em sua apresentação, ele explicou como o projeto cria corredores ecológicos, integrando conservação ambiental e produção agrícola. “É uma resposta ao desafio de mitigar os riscos climáticos, compartilhado por todos os envolvidos no Consórcio. A diminuição desses riscos, em nível regional, pode trazer benefícios diretos, como a provisão de água, polinização e formação de solos, impactando positivamente as comunidades e municípios participantes”, disse. Segundo ele, os corredores ecológicos preveem a conexão entre 2 mil propriedades rurais, em uma área que soma 180 mil hectares.
Agenda estratégica
Da Amazônia, o biólogo Sidcley Mattos, fundador do Viveiro Florestal Ardosa, apresentou o trabalho que abastece cadeias produtivas com mudas e sementes de 110 espécies nativas, muitas delas ameaçadas. A rede de coletores criada pelo viveiro fornece insumos para projetos públicos e privados de regeneração e tem ampliado o acesso a sementes na região. “Valorizar quem coleta e quem produz é essencial para manter a floresta em pé”, destacou.
Para o governo federal, a restauração é uma agenda estratégica para o país. O diretor de Florestas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Tiago Belote, lembrou que o Brasil precisará restaurar 12 milhões de hectares até 2030 em todos os biomas, com forte articulação entre territórios, cadeias produtivas e prefeituras. “Restauração não é agenda ambientalista, é agenda de desenvolvimento, que gera valor e inclusão”, afirmou.
O Sebrae na COP30
Com estande de 400 m² instalado na Green Zone, o Sebrae transforma sua presença na COP30 em uma experiência imersiva inspirada na Amazônia e na diversidade do país. Além de vitrine viva de inovação e cultura, é um espaço de diálogo e network, com sala de reuniões, auditório e loja colaborativa de produtos da bioeconomia, conectando lideranças, investidores e empreendedores.
Até o dia 21 de novembro, das 9h às 20h, a programação combina conteúdo, cultura e sensorialidade, com atrações como webséries e documentários exibidos no “PedaCine do Brasil”, apresentações culturais, degustações e harmonizações com ingredientes regionais. O Sebrae também montou a Zona do Empreendedorismo (En-Zone), no Parque Belém Porto Futuro, e trabalha em ativações urbanas e outros pontos de presença pela capital do Pará. Acompanhe a cobertura completa dos pequenos negócios na COP30 pela Agência Sebrae de Notícias.
Assessoria de Imprensa Sebrae Nacional e Sebrae Minas
