A inovação é fator-chave para a evolução dos negócios e da sociedade. Por isso, é fundamental criar, nos municípios, condições que favoreçam a colaboração entre os diversos agentes que podem interagir para impulsionar o desenvolvimento de novas ideias e tecnologias. A integração de políticas públicas, investimentos, infraestrutura e recursos intelectuais com esse fim dá origem ao que se convencionou chamar de Ecossistema de Inovação.
Esses ambientes estão fundamentados na interação de três atores essenciais aos processos de inovação, também conhecidos como “Tríplice Hélice: as universidades e os centros de pesquisa, que geram conhecimento e formam mão de obra qualificada; as empresas, que desenvolvem produtos e serviços inovadores, além de criar postos de trabalho; e o governo, que oferece incentivos e regula o mercado para estimular a colaboração entre os setores. Há estudos mais recentes que abordam a “Quádrupla Hélice”, adicionando a sociedade entre esses elementos.
Com uma governança sólida, Minas Gerais é o segundo estado com mais empresas jovens focadas em inovação de base tecnológica, ficando atrás somente de São Paulo, de acordo com levantamento da empresa de inovação Distrito, com apoio da consultoria KPMG. Dados da Rede Mineira da Inovação (RMI) indicam que os mecanismos de inovação já contribuíram para o surgimento de aproximadamente 415 negócios de base tecnológica no estado até 2024. Outros 132 estão em fase de incubação e 48 são vinculados aos parques tecnológicos espalhados por todas as regiões. Minas Gerais conta ainda com 28 incubadoras de empresas de base tecnológica, além de cinco parques tecnológicos.
Para apoiar a transformação de ideias em produtos e serviços comercializáveis, o Sebrae Minas desenvolveu a abordagem Ecossistema Local de Inovação (ELI). Por meio dela, agentes selecionados e treinados pela entidade acompanham e dão suporte técnico aos atores locais, avaliam os estágios de maturidade dos negócios e propõem ações para que se consolidem. Hoje, 11 municípios recebem esse suporte: Patos de Minas; Paracatu; Alto Paraopeba; Uberaba; Uberlândia; Divinópolis; Montes Claros; Itabira; Lavras; Itajubá e Viçosa.
Com população de 98 mil habitantes, e responsável pelo sexto Produto Interno Bruto (PIB) do Sul de Minas, o município de Itajubá é um exemplo do dinamismo conferido às cidades onde esses ecossistemas residem. A cidade tem um dos maiores distritos tecnológicos e industriais da região, com indústrias de grande e médio porte como Helibrás Airbus (única fábrica de helicópteros da América Latina), XMobots e Aerotron (fabricação de drones) e Imbel (armamentos), permitindo ao município responder por 70,9% da fabricação de aeronaves e 75,9% da fabricação de armas de fogo e munições de Minas.
Itajubá se destaca também pela alta concentração de instituições de ensino, unidades de pesquisa, parque tecnológico e ambientes de inovação. São cerca de 20 mil alunos em nível de graduação, 12 instituições de ensino e cinco centros de pesquisas. O município ainda conta com duas incubadoras de empresas e, aproximadamente, 150 startups e empresas de base tecnológica que movimentam R$ 150 milhões ao ano e constituem a quinta maior fonte empregadora do município, com 1,5 mil postos de trabalho.
Esses resultados são possíveis, também, pelo senso de pertencimento e engajamento de parceiros como Associação Itajubense de Inovação e Empreendedorismo (Inovai); Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e Prefeitura. Juntos, construímos um planejamento estratégico para todo o ano, no qual os atores trabalham em grupos focados em sete vertentes: Capital; Ambientes de Inovação; Políticas Públicas; Internacionalização; Educação Empreendedora; Cultura Empreendedora; e Comunicação.
Os esforços empreendidos no município foram reconhecidos, em setembro do ano passado, quando o Itajubá HardTech – marca do ecossistema local – recebeu o Prêmio Nacional de Inovação (PNI) na categoria Ecossistema de Inovação de Médio Porte. É mais uma amostra da capacidade do município de estimular negócios inovadores, criar comunidades e trabalhar em rede para gerar riqueza e soluções que impactam positivamente a vida da sociedade.
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*Rodrigo Pereira é gerente do Sebrae Minas na Regional Sul
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Assessoria de imprensa Sebrae Minas
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