Agência Sebrae de Notícias

Na terça-feira (25/03) Belo Horizonte recebeu o primeiro dia do maior evento de marketing digital do Sebrae Minas, o Reload 2025. O evento teve a presença de grandes nomes e personalidades do mercado, que compartilharam tendências, novidades e estratégias para os pequenos negócios alavancarem a sua presença digital. Durante a abertura, o diretor técnico da entidade, Douglas Cabido, reforçou a importância da ação, que já é tradicional no calendário do Sebrae, para impulsionar a transformação digital dos pequenos negócios mineiros.

“Sabemos o quanto a inteligência artificial está modificando completamente as estruturas dos negócios e a velocidade como as coisas têm se transformado. O Reload é um evento para apoiar a digitalização, mas não pode ser o fim da linha, já que a transformação do negócio depende exclusivamente dos empreendedores. O Sebrae possui soluções de finanças, de gestão, de aumento de produtividade, que podem ajudar a alavancar os negócios. Contem sempre com o Sebrae”, ressaltou.

Além das palestras, o evento contou com oficina voltada para o planejamento de conteúdo para as redes sociais usando o ChatGPT. Em sua primeira vez no Sebrae, o designer gráfico, Jason Noronha, que possui uma empresa há 6 anos em Belo Horizonte, resolveu buscar a oficina porque desejava aprender mais sobre a ferramenta e como ela funcionaria para o seu negócio. “A inteligência artificial hoje é o futuro, por isso quis entender melhor e aprender mais para saber como ela poderia ajudar no meu trabalho. Na oficina fiquei bem animado com as possibilidades dos prompts. Estarei de volta no segundo dia”, destaca.

O consumidor em 2025

Um dos destaques da programação foi o doutor em Antropologia, com especialização em Antropologia do Consumo pela University of British Columbia, no Canadá, Michel Alcoforado. Especialista em transformação empresarial, o sócio-diretor da Consumoteca mostrou uma perspectiva valiosa sobre o comportamento do consumidor no Brasil e no exterior, tanto em contextos on-line quanto off-line. Ele conversou com a Agência Sebrae de Notícias.

ASN: Qual é o perfil do consumidor em 2025?

Michel: O caminho fundamental para a maneira como o consumidor se relaciona com as marcas em 2025, está pautado por novos parâmetros. A gente compra coisas que os outros falam para a gente comprar. E cada vez mais se compra para poder falar o que se comprou. Sem essas duas dimensões do consumo de conteúdo – sobre o que estão comprando e a oportunidade que eu tenho de falar sobre aquilo que comprei para ganhar alguma visibilidade ou ter alguma captura da atenção dos outros -, não vai ter consumo em 2025.

Não importa o seu tamanho, a sua empresa ou seu segmento, você vai ter que lidar com uma dimensão fundamental naquilo que você está vendendo, que é o que eu chamo de extensão do ‘valor de conversa’. Do mesmo modo que interessa a inovação que você fez de produto, o novo material que você adotou ou o sabor que adicionou aquilo que tinha, você vai ter que dominar o que eu chamo de ‘valor de conversa’, que é o quanto os consumidores estão afim de falar sobre o que você está vendendo.

Empresas que têm produto, mas não tem valor de conversa adicionado a ele, terão dificuldades para vender. O grande atributo que faz alguém sair de casa para comprar algo é o quanto ele vai permitir que você fale dele.

ASN: Diante desse cenário, já é possível perceber algumas oportunidades de negócios? O que esse consumidor espera dos pequenos negócios?

Michel: Quando se tem um pequeno negócio, pode ser mais difícil. Você não tem os recursos de uma grande empresa, mas tem um ativo que é fundamental para entender esse consumidor de 2025, que é a proximidade. Proximidade e gestão de comunidade. Quando você tem uma lojinha fica fácil saber quem é a ‘dona Maria’ que chega na terça-feira, que é diferente do’ seu João’ que chega na sexta-feira. Então, todo um trabalho que grandes organizações têm de tentar transformar números em gente, quem é pequeno não tem, porque a gente tá ali batendo na porta. Então, o caminho fundamental para a gente conseguir inventar produtos que façam sentido na vida dos consumidores é entender de gente como nunca entendemos.

É o olho do dono. Ele tem que tá próximo do negócio, não só porque ‘engorda o gado’, mas fundamentalmente, porque essa proximidade com o seu cliente pode ser um caminho fundamental para o negócio. Eu brinco que quem tem um pequeno negócio, o departamento de inovação tá no ‘umbigo no balcão’. Não precisa inventar uma área de inovação. O que você ouve é aquilo que incomoda o seu consumidor e dali sai o incremental de inovação, seja para o seu produto, para o seu serviço ou para sua marca.

Assessoria de Imprensa Sebrae Minas – Regional Centro

Aline Reis (Stark) – (31) 99934-0658

aline.stark@sebraemg.com.br