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Compradores internacionais de café visitam a região das Matas de Minas

Iniciativa promovida pelo Sebrae Minas, Apex Brasil e cafeicultores pretende ampliar o comercialização do produto no mercado
Por Da redação
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Reconhecida mundialmente como polo da cafeicultura, a Região das Matas de Minas recebeu, de 11 e 14 de novembro, a visita de cinco compradores internacionais de café dos Estados Unidos, Espanha, Kuwait, Finlândia e Dinamarca, todos com forte atuação na torrefação ou no comércio de café em seus países. A ação do Sebrae Minas e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), contou com o apoio do Conselho das Entidades do Café da Região das Matas de Minas.

A trip ocorreu nas cidades de Manhuaçu, São João do Manhuaçu, Manhumirim, Lajinha e Alto Caparaó, com o objetivo de estimular negócios e facilitar a aproximação dos compradores com os inúmeros produtores locais. Em 2020, a região produtora de café Matas de Minas recebeu a chancela de Indicação de Procedência (IP) pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o que a distingue pela variedade e riqueza na produção no Brasil.

Durante a estadia em terras mineiras, os estrangeiros visitaram propriedades centenárias produtoras de cafés, experimentaram amostras, aprenderam sobre as técnicas de cultivo e preparo do produto na região, e conheceram suas características peculiares, como o sabor adocicado, a acidez equilibrada e o aroma intenso, com notas florais e cítricas. Uma das atividades mais importantes durante a visita foi o cupping, processo de degustação do café com base no paladar e no olfato dos especialistas.

Os compradores aprovaram 60 amostras de cafés de produtores da região. Em sua primeira visita ao Brasil, o dinamarquês John Gibson, de 27 anos, que está há uma década no ramo, ficou satisfeito com a oportunidade de negócios na América do Sul. “Estamos em um mercado muito eficiente e refinado, com demanda por cafés diferenciados. Consegui comprar amostras produzidas no Alto Caparaó e que vão atender essa cobrança da clientela. Sou grato pela oportunidade de estar em contato com produtores brasileiros, e ter conhecido as fazendas”, afirma o europeu, que trabalha para a La Cabra, conceituada grife de café de seu país.

O também comprador Mohamed Alhasan, de 34 anos, nascido no Kuwait, já havia visitado o Cerrado Mineiro, e aprovou a quantidade expressiva dos cafés das Matas de Minas. “Nesses dias, pude ver o trabalho, o amor e a dedicação dos produtores. Vim ao Brasil para buscar diversidade dos cafés, e foi exatamente isso que encontrei. Com o preço justo do produto, acredito que poderei desenvolver o mercado do meu país”, diz ele, que trabalha com torrefação do café desde 2015.

Apoio técnico e gerencial

De acordo com o analista do Sebrae Minas Jean Costa, a iniciativa de trazer compradores internacionais à região contribui para iniciar uma relação favorável na expansão da cafeicultura. “Ações como essas geram relacionamento com os produtores da região. Durante a visita, os compradores puderam entender a origem do café e conhecer os produtores, o clima e o relevo. Percebemos que o café especial tem forte cotação no mercado internacional. Nesse sentido, o Sebrae Minas é um dos apoiadores do projeto para expandir a qualidade do produto e desenvolver a região”, destaca.

O trabalho desenvolvido pelo Sebrae Minas estimula a estruturação de toda a cadeia produtiva na região. Uma das primeiras ações foi o Educampo, criado há 25 anos para possibilitar o acesso dos agricultores à tecnologia e fomentar o aumento da produção. Depois disso, a instituição contribuiu com programas e eventos que levam ao desenvolvimento da agricultura familiar e à alta empregabilidade, uma vez que o fato de a região ser montanhosa exige que a colheita seja realizada de forma manual em quase sua totalidade. “Estamos próximos aos produtores e empresários e temos projetos setoriais que ajudam a desenvolver nosso território e dar ênfase à sustentabilidade. Nosso papel foi apoiar a conexão dos atores para favorecer a expansão da economia local”, ressalta o analista.

Expansão do projeto

Além das cidades das Matas de Minas, em 2022, a iniciativa de trazer compradores internacionais foi realizada em Paraguaçu, Varginha, Três Pontas e Boa Esperança, no Sul de Minas, e em Patrocínio e Monte Carmelo, no Cerrado Mineiro. No total, a ação favoreceu a vinda de 25 representantes dos Estados Unidos, Finlândia, Espanha, França, Nova Zelândia, Canadá, Dinamarca, Reino Unido, Polônia, Kuwait, Geórgia e Bélgica.

A primeira edição do projeto foi em 2019, com a visita de 21 compradores à Chapada de Minas. O êxito da ação motivou o Sebrae Minas e a Apex Brasil a expandirem a iniciativa para outras regiões com forte presença da cafeicultura no estado. “Buscamos conectar a indústria e a produção brasileira com o mercado internacional. É uma ação fundamental para o desenvolvimento das regiões e da exportação. Muitas vezes, é difícil conectar os dois lados, porque o produtor está na região, mas desconhece quais são os importadores. Nesse sentido, o projeto é uma forma de reduzir essa distância entre eles”, explica a analista da Apex Brasil Liane Werneck.

Arrecadação anual

As cidades que formam a Região das Matas de Minas totalizam uma população de 1 milhão de habitantes. Atualmente, os cafeicultores arrecadam cerca de R$ 8 bilhões por ano, seja pela comercialização nos próprios municípios ou com a exportação. Do total de propriedades, 80% são de pequenos agricultores, que plantam até 20 hectares de terra.

Em 2013, foi instituído o Conselho das Matas de Minas para fortalecer a identidade da região por meio da cafeicultura, zelar pela expansão da atividade, sobretudo, com a geração de empregos, e manter uma perspectiva sustentável. “Com a ajuda dos parceiros, temos de seguir trabalhando com foco no crescimento da região em três pilares: a qualidade artesanal dos cafés, a sustentabilidade e o desenvolvimento coletivo local”, explica o presidente do conselho e produtor, Sérgio Cotrin D’Alessandro, responsável por uma colheita de 3 mil sacas por safra.

Região das Matas de Minas
R$ 8 bilhões de arrecadação anual
Altitude entre 600 e 1,4 mil metros
64 municípios
36 mil produtores de café
8 milhões de sacas anuais
24% da produção do estado
275 mil hectares plantados
75 mil empregos diretos
156 mil empregos indiretos

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Roger Dias – (31) 99758-9476
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