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Pesquisa revela perfil das empreendedoras das favelas mineiras

Estudo feito pelo Sebrae Minas e Data Favela mostra os desafios e os negócios que as mulheres das comunidades do estado mais empreendem
Por Simone Guedes
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Mulheres das comunidades e periferias mineiras empreendem mais por necessidade que oportunidade. É o que mostra a pesquisa “Empreendedorismo nas Favelas de Minas Gerais” feita pelo Sebrae Minas em parceria com o Data Favela /Instituto Locomotiva. O estudo foi realizado entre setembro e novembro de 2022, em comunidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte e do interior do estado.

De acordo com a pesquisa, 45% das mulheres das favelas mineiras identificaram uma chance de negócio ou um nicho de mercado e abriram um negócio. Por outro lado, 52% das entrevistadas empreenderam por necessidade, buscando uma alternativa para arcar com seus custos prioritários.

“São mulheres que na maioria das vezes decidiram empreender por não possuírem melhores alternativas de emprego e renda, abrindo um negócio com a finalidade de gerar rendimentos visando basicamente a sua subsistência e de suas famílias. Essa motivação para empreender é um reflexo da realidade econômica, tão duramente afetada pela pandemia nos últimos anos, o que torna essa situação evidente também fora das comunidades”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.

O estudo ainda mostrou o perfil das empreendedoras das favelas mineiras. Segundo os dados, a maioria (75%) são negras, 45% têm entre 30 e 45 anos e 44% possuem até o Ensino Fundamental completo. Além disso, sete de cada dez mulheres que têm um negócio são mães. “São chefes de família que se dividem entre os afazeres domésticos e maternos com a rotina de comandar e administrar o seu próprio negócio. Também veem no empreendedorismo uma alternativa para terem mais tempo com seus filhos”, explica Silva.

Ainda segundo a pesquisa, quatro em cada dez empreendedoras das comunidades do estado realizam as atividades do seu negócio em casa. Porém, a maioria (82%) das entrevistadas afirmaram que têm como principal objetivo ter o próprio espaço para empreender nos próximos 12 meses.

Em relação ao tipo de empreendimento, 32% das mulheres das favelas mineiras têm negócios no setor de prestação de serviços, 31% se dedicam ao comércio de produtos feitos por terceiros e 29% atuam com a produção e venda de bens e produtos artesanais. Já as atividades em que há um maior número de empreendedoras atuando são: beleza e estética (29%), alimentação e bebidas (26%) e vestuário e acessórios (15%).

“Essa concentração maior de mulheres do que homens em determinadas áreas pode ser explicada por vários fatores, entre eles, o fato que essas mulheres já atuavam nessas atividades, ainda que não profissionalmente. É o caso, por exemplo, daquelas que faziam o próprio cabelo, a maquiagem das amigas, pequenos ajustes nas roupas da família, e em um momento de necessidade, viram nessas habilidades uma oportunidade de empreender e gerar uma fonte de renda”, contextualiza o presidente do Instituto Locomotiva e fundador do Data Favela Renato Meirelles.

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