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Depois de Belo Horizonte e Betim, o município de Ribeirão das Neves é o terceiro da região Central a receber o lançamento do programa Comunidade Empreendedora. O evento que marcou o início do projeto aconteceu na última quinta-feira (23/5), na comunidade do Jardim Alvorada, com a presença de lideranças comunitárias, autoridades e donos de pequenos negócios locais. A ação do Sebrae Minas e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) tem o objetivo de estimular a iniciativa empreendedora e o comércio existente nas vilas e favelas do estado, com o objetivo de melhorar a gestão dos empreendimentos e a geração de emprego e renda.
A comunidade escolhida para receber o programa, em Ribeirão das Neves, conta com o apoio do Instituto O Grito, cuja a sede vai receber as capacitações e oferecer suporte aos participantes. De acordo com o levantamento realizado pela instituição, foram mapeadas 311 residências na comunidade, sendo 211 participantes da pesquisa. Os dados revelaram que 87% dos moradores são mulheres e, destas, 45% possuem algum tipo de renda com trabalhos realizados em domicílio.
Para capacitar os negócios mapeados, agentes selecionados pelo Sebrae Minas, que residem na comunidade, vão atuar diretamente com os pequenos negócios, ouvindo e propondo soluções que possam atender as necessidades. Posteriormente, os empreendedores também passarão por uma série de capacitações voltadas para o marketing e a gestão financeira.
O superintendente da entidade, Afonso Maria Rocha, reforçou o trabalho do Sebrae como agência de desenvolvimento dos pequenos negócios e o papel dos agentes. “Nossa atuação na comunidade será mais assertiva com o apoio dos agentes. Já observamos uma grande demanda dos empreendedores por capacitações voltadas para finanças e marketing digital. Eles podem contar com o Sebrae para ajudar a florescer essa comunidade”, destaca.
O Sebrae Minas já está presente na região com ações de educação empreendedora, por meio do Núcleo de Empreendedorismo Juvenil (NEJ), no Sistema Divina Providência. Também atua com a Sala Mineira do Empreendedor, em Justinópolis, e no Centro de Ribeirão das Neves, que fazem parte da Rede de Atendimento Aqui tem Sebrae.
“Dar voz a quem não tem”
A figura do microempreendedor individual (MEI) segue como opção para sair da informalidade. Dos 28 mil pequenos negócios ativos em Ribeirão das Neves, 83% são MEI, mas ainda há muitos empreendedores informais.
A secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá e Mello Jacometti, reforçou o compromisso com a comunidade, sobretudo, com as mulheres. “Iniciamos o trabalho de profissionalização, mas sem grandes resultados. Percebemos que a maioria delas quer empreender, em função da intensa jornada de trabalho. Elas também cuidam da casa, das crianças, dos idosos. Por isso, vamos priorizar as mulheres e trabalhar para que tenham um negócio perene”, explica.
As principais atividades econômicas encontradas na comunidade são voltadas para obras de alvenaria, serviços de beleza, como manicure, pedicure e trancista, e artesanato. Como o caso da empreendedora Thais Fidelis, moradora do bairro Soares. “Em 2016, após ser mãe, deixei o emprego com carteira assinada. Em 2018, precisava de uma renda extra, e comecei a empreender com a fabricação de laços e acessórios. Fiz várias capacitações e, atualmente, além de ser MEI com a Mommy Laços, ensino outras mulheres a trabalhar com essa modalidade. Vejo o Comunidade Empreendedora como uma grande oportunidade para fortalecer a nossa região”, afirma.
Comunidade Empreendedora
O início do programa Comunidade Empreendedora no Jardim Alvorada também é comemorado pelo CEO do Instituto O grito, Léo Martins. Para ele, o empreendedorismo é uma importante ferramenta que potencializa os negócios da comunidade, e promove transformação social. “Eu tinha a necessidade de buscar estes negócios e fomentar o desejo deles de se qualificar, mas precisava de parceiros. Desde a pandemia, por estar longe de BH, percebemos um crescimento na abertura dos negócios locais. Era preciso trabalhar a profissionalização, e a gestão dos negócios. Agora, temos este importante apoio para começar os trabalhos”, enfatiza.
Em 2024, o Comunidade Empreendedora vai atender 13 vilas e favelas, sendo sete em Belo Horizonte, e outras seis em cidades da Região Metropolitana e do interior. Na região Metropolitana, o programa foi lançado em Belo Horizonte, no Aglomerado da Serra (Cafezal e Vila Fátima); Barreiro; Morro das Pedras; São Gabriel; Conjunto Taquaril e Ventosa. Em Betim foi lançado no Jardim Teresópolis e agora, em Ribeirão das Neves, no Jardim Alvorada. Até o final deste ano, a meta é realizar cerca de 21 mil atendimentos nas vilas e favelas selecionadas do estado.
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