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Presépios unem religiosidade e fortalecem ofício artesanal no Vale do Jequitinhonha

Período natalino impulsiona as vendas de peças que representam o nascimento do Menino Jesus, e movimenta os ateliês da região
Por Samuel Martins
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Na região onde o artesanato em barro é protagonista e fortalece a renda dos artesãos, o período natalino também representa aumento nas vendas. Ceramistas do Vale do Jequitinhonha esperam que a data seja de faturamento muito superior à média dos demais meses. “Por conta do Natal, faço esculturas para compor o presépio. São confeccionadas peças que representam o Menino Jesus, Maria, José, os Três Reis Magos, o anjo e os animais”, conta a artesã da comunidade de Campo Alegre, Rita Gomes.

A produção se concentra nos meses de setembro e outubro, mas durante todo ano ela recebe encomendas, pois os clientes querem garantir as peças para a montagem do presépio. “São peças exclusivas e limitadas que exigem técnica e são feitas graças a um tempo muito saber”, destaca.

Nos demais meses do ano, o faturamento da ceramista tem origem nas famosas bonecas-moringas, vasos e utilitários. Agora, ela utiliza dos traços fortes, inspirados nas pessoas do Vale e no imaginário popular, para moldar o presépio. A modelagem no barro é histórica pois, diante da ausência de recursos e tecnologia, a solução manual ajudava na manifestação da fé nas casas e igrejas.

A ceramista Rita Gomes é uma das artesãs que conseguem elevar as vendas com os presépios

Hoje, a tradição garante emprego e renda para muitas artesãs da região, e os presépios, assim como diversos artesanatos em cerâmica, já fazem parte da coleção da marca território Vale do Jequitinhonha, apoiada pelo Sebrae Minas. “A marca busca destacar a origem dos produtos, proteger os artesãos de cópias e incentivar o artesanato como fonte de renda”, explica o gerente da entidade na Regional Jequitinhonha e Mucuri, Rogério Fernandes.

Identidade e origem

Há cerca de 20 anos, o Sebrae desenvolve projetos de Identidade e Origem em Minas Gerais para dar notoriedade aos territórios, gerando reconhecimento pelo mercado. Em 2021, as quatro associações de artesãos da região se uniram e constituíram o Conselho das Artesãs do Jequitinhonha, responsável por controlar, proteger e promover a estratégia da primeira marca território que representa a origem do artesanato em Minas, a Vale do Jequitinhonha.

A entidade fomenta iniciativas de apoio ao acesso a mercados, dando mais visibilidade e divulgação aos artesãos do Vale em grandes eventos do setor, como: Fenearte (Olinda); Feira Nacional do Artesanato (BH); Salão do Artesanato de São Paulo e Brasília; e Casa Cor. Também são realizadas ações em espaços culturais de grande relevância, como: Exposição Jequitinhonha: Origem e Gesto (2023) – Palácio das Artes (BH); Exposições Pelas Águas do Jequitinhonha me Deixei Levar (2021) e Dona Izabel: 100 anos da Mestra do Vale do Jequitinhonha (2024/2025) – Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB/RJ).

Outro destaque dos trabalhos do Sebrae na região é a Viagem para a Origem, iniciativa que promove a imersão de lojistas e curadores de arte popular nas comunidades artesãs, fortalecendo a experiência direta com a origem e incentivando a compra nas comunidades.

Assessoria de Imprensa Sebrae Minas – Regional Jequitinhonha e Mucuri

Samuel Martins
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