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Jovens da Escola do Sebrae levam inovação ao palco de investidores do Capital Empreendedor

Quatro grupos de estudantes apresentaram pitches do Projeto Vitrine durante o evento, mostrando maturidade técnica, visão de mercado e entusiasmo raro para quem tem apenas 17 e 18 anos
Por Redação
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O segundo dia do Capital Empreendedor, realizado nesta quinta-feira (11), em São Paulo, ganhou nova energia quando 11 estudantes do da Escola do Sebrae subiram ao palco para apresentar seus pitches do Projeto Vitrine a uma plateia formada por investidores, empreendedores e especialistas em inovação. A nona edição do evento, conhecido por aproximar startups e fundos de investimento em rodadas de negócios, abriu espaço para que quatro grupos de jovens mostrassem soluções alinhadas a tendências reais de mercado e, sobretudo, exibissem a confiança e a maturidade de quem já respira empreendedorismo antes mesmo de concluir o ensino médio.

Quatro grupos de estudantes apresentaram as quatro melhores propostas do Projeto Vitrine, iniciativa do terceiro ano da Escola do Sebrae.
Quatro grupos de estudantes apresentaram as quatro melhores propostas do Projeto Vitrine, iniciativa do terceiro ano da Escola do Sebrae.

Os projetos exibidos são resultado direto do Vitrine, projeto estruturante do terceiro ano da Escola do Sebrae. Ao longo de 2025, cerca de 40 planos de negócio foram desenvolvidos por estudantes, e os quatro melhores foram selecionados para o Capital Empreendedor. Três nasceram em Minas Gerais e um venceu a competição internacional promovida em Mallorca, na Espanha.

“Esses alunos passam um ano inteiro desenvolvendo seus modelos de negócio, desde a ideação até o plano financeiro. São documentos de 70 ou 80 páginas que sustentam um pitch de cinco minutos”, explica o professor Pedro Melilo, orientador do Projeto Vitrine.

“Eles têm 17 e 18 anos e já falam de TIR, VPL, payback e projeções financeiras com uma profundidade que muitas vezes só se vê na pós-graduação. É impressionante assistir ao nível de segurança e inovação que apresentam” frisa Pedro Melilo, orientador do Projeto Vitrine.

Quatro ideias, quatro futuros possíveis

Os pitches apresentaram soluções para problemas reais e em mercados em franca expansão. A Inova IA propõe consultoria especializada para micro e pequenas empresas que querem adotar inteligência artificial, partindo de dados contundentes: 95% das empresas têm necessidade de IA, mas 65% não sabem por onde começar.

A Festinha apresentou vending machines coloridas e estratégicas para festas e shows, abastecidas com itens emergenciais — de baterias portáteis a desodorantes — atendendo a um público majoritariamente jovem, disposto a pagar pela conveniência.

Os alunos têm 17 e 18 anos, ainda não operam formalmente, mas vários querem abrir CNPJ nos próximos meses.
Os alunos têm 17 e 18 anos, ainda não operam formalmente, mas vários querem abrir CNPJ nos próximos meses.

O Pet Truck levou ao palco o conceito de pet shop móvel com banho, tosa, vacinação e alimentação sobre rodas. Focado em tutores com pouca mobilidade ou pessoas com pouca disponibilidade de tempo para cuidar de seus animais, o projeto ainda conta com práticas ESG integradas ao negócio.

Fechando o ciclo, a Aurita, campeã da competição internacional na Espanha, impressionou a plateia ao mostrar como transforma resíduos em móveis de luxo para o setor hoteleiro. Em Mallorca, onde 41% do público já consome marcas sustentáveis, os estudantes apresentaram um modelo que reduz consumo de água e energia e converte lixo em legado.

Para Melilo, a grande força do Projeto Vitrine está no caráter vivencial da jornada.

“A escola inteira orienta esses jovens. A gente quer que eles criem algo deles, que tragam inovação no produto, no processo, no atendimento. E quando eles sobem ao palco do Capital Empreendedor, com essa qualidade de oratória e de análise financeira, é inevitável que o público se impressione.”

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Os grupos são compostos por alunos de 17 e 18 anos e ainda não operam formalmente. Mas vários deles devem abrir CNPJ nos próximos meses, após a conclusão dos estudos e o registro de propriedade intelectual, quando necessário.

A presença dos estudantes no evento foi celebrada pelo gerente da Unidade de Capitalização e Serviços Financeiros (UCSF) do Sebrae, Valdir Oliveira, que destacou o papel da instituição na formação de futuros líderes empreendedores.

“Isso é o Sebrae. Nossa missão é fomentar o empreendedorismo no Brasil hoje e também o de amanhã. Quando trazemos jovens que já têm visão de negócios, profundidade técnica e paixão pelo que fazem, estamos cuidando do futuro do país”, enfatizou.

Valdir se disse especialmente impressionado pela combinação entre repertório financeiro e sensibilidade de mercado apresentada pelos jovens. “Ver adolescentes falando de taxa interna de retorno e payback com tanta segurança é extraordinário. Mais ainda: eles estão conectados a temas relevantes — pets, ESG, inteligência artificial, economia circular. Isso mostra maturidade, preparo e visão de futuro.”

Para ele, iniciativas como o Projeto Vitrine e o Capital Empreendedor ajudam a construir um Brasil mais inovador e competitivo. “Com jovens assim, vamos ter um desenvolvimento com distribuição de renda, baseado em pequenos negócios fortes e bem formados. Eles já são, hoje, o que queremos para o futuro.”

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