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Encontro nacional reúne lideranças dos cafés especiais brasileiros, em Guaxupé

Iniciativa do Sebrae e parceiros busca impulsionar capacitações, inovação e desenvolvimento da governança das Indicações Geográficas (IGs)
Por Thiago Carvalho (Stark)
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Produção sustentável e o fortalecimento da cafeicultura especial foram as temáticas que nortearam uma das principais discussões ocorridas durante o encontro de lideranças das Indicações Geográficas (IGs) dos cafés especiais do Brasil, ocorrido dias 1º e 2 de abril, em Guaxupé, região Sudoeste de Minas Gerais. A ação foi realizada pelo Sebrae, em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Instituto Confederação Nacional da Agricultura Brasil (ICNA).

A Indicação Geográfica (IG) é um conjunto de especificações técnicas que identifica um produto ou serviço e determina a qualidade, a reputação ou a característica atribuída à sua origem geográfica. O Brasil tem, hoje, 16 IGs registradas de café. O país é o maior produtor mundial de cafés especiais, com 82% da produção concentrada em cafeicultores da agricultura familiar e pequenos produtores. Minas Gerais tem seis IGs registradas e lidera a produção de cafés especiais no país.

A abordagem do encontro foi promovida por três consultores colombianos da AL-INVEST Verde, programa da União Europeia para promover o crescimento sustentável com ações em 12 países da América Latina, estimulando a transição para uma economia de baixo carbono, o que requer melhor gestão de recursos.

“A principal recomendação que fazemos aos líderes das IGs é que eles se preocupem em estabelecer uma estratégia coletiva consistente, com uma governança que possa monitorar e melhorar a excelência dos cafés como produtos sustentáveis para o mercado e para o território”, ressalta o consultor Luís Samper.

O anfitrião do encontro e presidente da Associação dos Cafeicultores do Sudoeste, Fernando Barbosa, ressalta o desejo comum aos produtores e lideranças de um amadurecimento das IGs, da proteção das marcas e a valorização dos cafeicultores. “Estamos numa busca frequente pela cafeicultora consciente e diferenciada para agregar valor ao produto. Apesar da nossa IG ter sido criada recentemente, somos uma indicação madura. Com a aplicação das melhorias apresentadas nos debates, a intenção do Sebrae, ABDI e ICNA é iniciar a aplicação dessa ferramenta de gestão nas cadeias produtivas do vinho, mel e queijo até o fim de 2025”, afirma.

Tecnologia e rastreabilidade
Durante os dois dias de evento, no território da IG Sudoeste de Minas, as entidades apresentaram dados atualizados do setor e debateram possíveis melhorias da ferramenta Origem Controlada do Café, uma plataforma tecnológica que reúne as informações dos cafés com IGs registradas no Brasil. Na plataforma, é possível acessar dados dos produtores, área plantada, variedade, altitude, safra, método de colheita e a classificação do café na escala americana de cafés especiais.

O aplicativo concentra todas estas informações em um QR Code que funciona como selo acessado por compradores e consumidores. Essa tecnologia foi criada por meio de uma parceria entre Sebrae, ABDI e ICNA. “Cada IG agrega à plataforma a singularidade dos cafés especiais brasileiros com seus aromas e sabores diferentes. É um mecanismo que valoriza essa pluralidade e promove conhecimento para compradores, consumidores brasileiros e mercado externo”, explica a coordenadora de tecnologia portadoras de futuro do Sebrae, Hulda Giesbrecht.

Digitalizar as IGs de café por meio da plataforma é um processo pioneiro no mundo. O analista de produtividade e inovação da ABDI, Antônio Carlos Tafuri, revela que “a falta de gestão e controle de IGs do café no Brasil e o tamanho da cadeia produtiva também motivaram a criação da plataforma”, frisa. Atualmente, o aplicativo tem 500 mil selos registrados dentro das 16 IGs. Ao todo, são cerca de quatro mil propriedades registradas, e três mil produtores cadastrados.

No Sudoeste mineiro, o Sebrae Minas tem desenvolvido um trabalho voltado para boas práticas agrícolas com, aproximadamente, 300 cafeicultores, além de estruturar e capacitar a governança da IG da região. Para o gerente do Sebrae Minas na Regional Centro-Oeste Sudoeste, Leonardo Mól, a evolução da cadeia produtiva se traduz em números. “Cerca de 90% dos produtores acompanhados pelo Sebrae Minas tiveram acessos a novos mercados em 2024. E a metade deles registrou um aumento de 40% na produtividade e no faturamento”, explica.

Instituto Brasileiro de Cafés de Origem
A produção de cafés especiais também passou a contar, recentemente, com uma entidade nacional representativa de todas as IGs, formalizada em 2024: o Instituto Brasileiro de Cafés de Origem. A assessora técnica do Instituto CNA, Marina Zimmermann, destaca que “a criação do órgão vai promover um avanço no desenvolvimento de vários desafios dos cafeicultores e gerar, principalmente, uma governança mais forte e atuante da categoria no país”, sublinha.

O presidente da Associação dos Cafeicultores da Alta Mogiana, no interior paulista, Jean Faleiros, também preside o Instituto e afirma que a intenção é que ele seja o guarda-chuva de todas as regiões, para fortalecer a origem e capacitar os cafeicultores. “E mais do que isso, ser o condutor de uma estratégia de atuação conjunta para alcançar novos mercados”, explica.

IGs participantes
Sudoeste de Minas
Região Cerrado Mineiro
Região das Matas de Minas
Campos das Vertentes
Mantiqueira de Minas
Café Canastra
Caparaó
Café da Chapada Diamantina
Café Norte Pioneiro do Paraná
Café Espírito Santo
Café Montanhas do Espírito Santo
Alta Mogiana
Matas de Rondônia
Região da Garça
Região de Pinhal
Vale da Grama

Assessoria de Imprensa Sebrae Minas – Regional Centro-Oeste e Sudoeste
Thiago Carvalho (Stark)
(37) 98829-3910 (WhatsApp)
thiago.stark@sebraemg.com.br

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