O engenheiro agrônomo Sérgio Cangussu Santana se tornou adepto da homeopatia depois de ter passado por um tratamento bem-sucedido no final da década de 1990. Quando ainda trabalhava como revendedor de um laboratório de produtos homeopáticos para animais, ele percebeu uma lacuna nesse mercado que começava a ganhar força no Brasil. “Havia uma demanda por medicamentos que não só tratassem as doenças, mas que ajudassem a preveni-las”, conta.
Depois de sugerir, sem sucesso, que a própria empresa em que trabalhava inovasse na área, Sérgio buscou parceria para investir no novo nicho. Junto com um médico veterinário, desenvolveu uma nova fórmula. Começava ali, em 2009, a Hágil Terapêutica, laboratório especializado na produção de medicamentos homeopáticos para animais, na cidade de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.
“A empresa surgiu com o propósito de levar ao mercado produtos não tóxicos, livres de resíduos, que não agridem o animal, as pessoas e o meio ambiente, e que ajudem a fortalecer o sistema imunológico e nutricional dos animais”, explica Sérgio.
Em pouco tempo, o negócio passou de micro para pequena empresa, mas faltava gestão para acompanhar o crescimento. Um dos primeiros desafios de Sérgio para ampliar a carteira de clientes foi a certificação da Hágil Terapêutica na ISO 9001.
Foi quando o empresário recorreu ao Sebrae. “Precisava de apoio para adequar a empresa às exigências da norma ABNT NBR ISO 9001”, lembra. A solução veio com as consultorias tecnológicas do Sebraetec, subsidiadas pelo Sebrae e direcionadas para a melhoria dos processos de inovação de produtos e serviços dos pequenos negócios.
Com a consultoria do Sebraetec, Sérgio conseguiu adequar a empresa aos requisitos da norma e melhorar todo o processo de gestão. Em 2017, a Hágil Terapêutica conseguiu a certificação na ISO 9001 e se tornou o primeiro laboratório homeopático mineiro registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Após a certificação, a empresa passou a vender para distribuidores que antes não conseguia acessar. “Com o apoio do Sebrae, também conseguimos reduzir custos com a organização dos processos e planejamos o futuro da empresa com segurança”, afirma Sérgio.
Apesar da crise
De uma produção inicial de 2 a 3 toneladas de medicamentos por mês, a Hágil Terapêutica saltou para um volume atual de 30 a 60 toneladas mensais. A empresa tem clientes em Rondônia, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia e Piauí.
O laboratório produz 15 tipos de medicamentos homeopáticos de uso veterinário para bovinos, suínos, caprinos, bubalinos, equinos e ovinos, além de aves e peixes e de uma linha para cachorros e gatos.
Apesar da queda nas vendas no primeiro semestre deste ano, em função dos impactos da pandemia do novo coronavírus, Sérgio manteve seu quadro de 43 empregados, confiante na retomada da economia. “Acho que vamos conseguir atingir nossa meta de aumentar em 12% o faturamento em relação ao ano passado”, diz Sérgio.
O otimismo dele é justificado pelos resultados dos últimos três meses. “De agosto para cá, os negócios melhoraram e fechamos o melhor outubro da nossa história”, comemora o empresário que admitiu mais dois colaboradores em outubro e faz planos de novas contratações ainda este ano.
