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“Elas no Palco” reúne 600 mulheres empreendedoras do Vale do Aço

Influenciadora gaúcha Rafa Brites foi uma das palestrantes do evento que aconteceu na última quinta-feira (5/10) e falou sobre maternidade, carreira e coragem para empreender
Por Redação
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Inspiração e emoção, com histórias de empreendedoras que persistiram nos seus sonhos e investiram nos seus negócios, foram a marca do Elas no Palco – maior evento de empreendedorismo feminino já realizado na região do Vale do Aço. A ação recebeu cerca de 600 mulheres, na última quinta-feira (5/10), no Centro Cultural Usiminas, em Ipatinga. A iniciativa do Sebrae Minas, por meio do programa Sebrae Delas, contou com apoio do Instituto Cenibra e o projeto Coisas de Mãe.

Nilmar Lage

A humorista e idealizadora do podcast Vênus, Criss Paiva, foi a apresentadora do evento. As influenciadoras Rafa Brites, que se dedica a inspirar mulheres independentes por meio do seu projeto: “TSER, transformando sonhos em realidade”; e Patrícia Ramos, apresentadora do “Rede BBB”, no Gshow, e youtuber no canal “Fala Comigo, Terra”, foram atrações à parte, ao falar com o público sobre empreendedorismo, dicas e tendências. O “Elas no Palco” deu voz a 13 empreendedoras de todo o país, por meio de painéis temáticos sobre autoestima, maternidade, finanças, imagem pessoal, redes sociais e autocuidado.

Nilmar Lage

O sucesso de público é destacado pela analista do Sebrae Minas Vanessa Silva, idealizadora do evento. “O Elas no Palco reflete o novo momento profissional para as mulheres. Cada vez mais, elas comprovam maior participação no cenário empreendedor. São ações afirmativas como essas que favorecem a valorização feminina. Muitas mulheres empreendem por necessidade e enfrentam diversos problemas e desafios em busca do sucesso. Nosso objetivo foi inspirar e encorajar essas empreendedoras”, ressalta.

Nilmar Lage

Gaúcha de Porto Alegre, a influenciadora Rafa Brites, de 36 anos, inspirou as participantes do evento com sua história inspiradora. Ex-repórter dos programas Mais Você e Super Star, ela abriu mão da carreira na televisão para lançar seu próprio projeto, o TSER – Transformando Sonhos em Realidade, uma plataforma de cursos de revolução pessoal, que visa ajudar o desenvolvimento pessoal de mulheres. Por meio de um método criado pela sua família em 1998, ela ajuda outras a lutarem pelos sonhos.

Rafa é formada em Administração de Empresas na FAE Business School Paraná e já morou nos Estados Unidos, onde iniciou a carreira artística fazendo anúncios publicitários e participações em programas de TV. A influenciadora conversou com a Agência Sebrae de Notícias. Confira:

No seu processo de transição de carreira, você pediu demissão de uma grande emissora de TV, mesmo com a segurança do emprego com carteira assinada, para se dedicar à maternidade e a seus projetos digitais. Como foi encarar essa decisão e equilibrar as duas “funções”?

A decisão foi motivada pelo meu descontentamento pessoal. Apesar de ter atingindo meu auge profissional, não me sentia feliz devido à ansiedade e à competição que isso gerava. Estava vivendo valores que não eram os meus, focando em aparências e me afastando do que realmente importava: minha família. Não culpei a TV, e sim como eu me inseri nesse espaço. Foi uma escolha para conciliar melhor a maternidade e passar mais tempo com meus filhos, pois a pior sensação para uma mãe é sair de casa enquanto o filho está dormindo. Eu tive essa opção, o que aumentou minha responsabilidade na escolha de como e quando trabalhar.

Há quem diga que, hoje, você ganha mais do que o seu marido (Felipe Andreoli). Essa é uma questão que gera muitos conflitos familiares, por questões históricas. Como vocês lidam com isso?

O próprio Felipe compartilhou essa visão em uma matéria, e eu concordei com ele, dizendo que: “Está tudo bem, amor” (risos). A nossa parceria é maravilhosa, pois ele divide comigo as responsabilidades da parentalidade. Enquanto estou em Ipatinga, ele cuida da casa e dos nossos filhos. É fato que, meu negócio pessoal, atualmente, me permite ganhar mais do que ele. Mas, lá no início, foi o Felipe quem comprou nossa casa sozinho, enquanto eu não contribuí financeiramente. O importante é quebrar o estigma de que o homem deve ser o único provedor, pois isso é uma escolha familiar. A divisão igualitária da parentalidade é crucial para que eu conseguisse prosperar financeiramente e empreender.

Como você enxerga o papel das mulheres no cenário empreendedor atual? Quais as estratégias, desafios e oportunidades que você identifica para promover e fortalecer o empreendedorismo feminino?

As mulheres enfrentam desafios históricos, incluindo a questão da linguagem de gênero. Ao procurar empregos, nos deparamos com termos como “engenheiro elétrico” e “advogado”, isso dificulta a identificação de mulheres nessas áreas. Não deveríamos ser forçadas a elaborar estratégias para nos destacar em um mercado dominado por homens. Precisamos de ações concretas e políticas públicas que nos beneficiem. A representação feminina na política é escassa, independentemente do partido, e precisamos de mulheres lutando por nossos direitos, pois somos mais da metade da população. Só iremos prosperar como sociedade quando todos os grupos estiverem representados.

Vários cases de empreendedorismo feminino tiveram como inspirações histórias de outras mulheres. Alguém te inspirou a encorajar mulheres a serem independentes e audaciosas?

Com certeza! Muitas mulheres inspiradoras, como Richan Maia, Luiza Trajano e Dani Junco influenciam minha trajetória. Também admiro figuras como Mary Kay e várias precursoras que abriram caminho para nós. É importante reconhecer aquelas que não foram devidamente creditadas por suas contribuições. Recentemente, destaquei a história de Alaíde Costa, que foi parte fundamental do início da Bossa Nova. Precisamos não apenas realizar, mas sermos reconhecidas pelo que fazemos. Isso é essencial para promover a igualdade e dar voz às mulheres em todas as áreas.

O título do seu livro fala sobre “Síndrome da Impostora”. Para quem ainda não conhece essas expressão, o que ela significa?

O termo “Síndrome da Impostora”, cunhado por duas psicólogas americanas em suas pesquisas com líderes empresariais, descreve a sensação de insuficiência que muitas mulheres, inclusive eu, experimentam. Parece haver uma relação inversa entre a preparação e a confiança, na qual quanto mais nos preparamos, menos nos sentimos capazes, levando-nos a constantes comparações. Essa síndrome é um sentimento de que não estamos suficientemente preparadas e que, em breve, seremos desmascaradas como incompetentes. Mas isso é reflexo de um ambiente externo machista e das complexas questões sociais que nossa sociedade enfrenta.

Você conta que, quando adolescente, o seu pai aplicou uma metodologia ao perceber que vocês estavam mais individualistas. Isso deu origem a um de seus projetos, o “TSER – Transformando sonhos em realidade”. Seus filhos ainda são pequenos, mas você já tem hábitos para trabalhar esse método com eles?

Meu pai é empresário e, em dado momento, percebeu que dentro de sua gestão empresarial havia reuniões, feedbacks e metas, mas em sua vida familiar, não existiam conversas estruturadas. Então, desenvolvemos um guia com nossos sonhos, obstáculos, estratégias e responsabilidades, revisado anualmente. O meu primeiro filho, desde os dois anos, deseja ser herpetólogo, especialista em répteis e anfíbios. Agora, aos sete anos, ele cuida de uma pogona (réptil), que a gente brinca chamando de dragão barbudo (risos). E nisso, ele tem tarefas específicas, o que ensina responsabilidade e perseverança. Aprendemos que sonhos não caem do céu e exigem resiliência e consciência de nossas responsabilidades.

Qual o seu conselho para as mulheres que estão iniciando um negócio ou que têm vontade de empreender?

Na minha experiência, uma lição importante é distinguir entre empreender e liderar um empreendimento. Descobri que gosto de empreender, mas liderança não é minha habilidade. Reconhecer nossos papéis e qualidades é fundamental. Se você deseja empreender, mas não tem o perfil empreendedor, não desista! Encontre pessoas para se unir a você. Estruturar-se é vital, incluindo gestão e fluxo de caixa. Ter sonhos é válido, mas a preparação é essencial, como entender juros e finanças. Não tenha medo de se expor e pagar micos. O “mico” pode ser seu aliado, pois até as pessoas de sucesso passaram por situações embaraçosas. Não hesite em ser o “outdoor” de seus sonhos e se destacar na busca por seus objetivos.

Assessoria de Imprensa I Prefácio Comunicação

Laís Carvalho – [email protected]

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