O mel de aroeira do Norte de Minas recebeu do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) o registro de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Denominação de Origem (DO). O selo garante para o consumidor que o produto é genuíno e possui qualidades únicas, relacionadas à sua origem.
O registro é uma conquista dos apicultores da região, por meio do Conselho de Desenvolvimento da Apicultura Norte Mineira (Codea- NM), com o apoio do Sebrae Minas, Unimontes, Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), Funed, Senar, Banco do Nordeste e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Esse foi o primeiro reconhecimento homologado pelo INPI em 2022.
A DO atende uma área de 64 municípios da região, que têm condições edafoclimáticas (clima e solo) particulares e a presença da aroeira-do-sertão, o que proporciona a produção de um mel com qualidades e características próprias daquele meio geográfico.
O Sebrae Minas atua diretamente para concessão do registro desde 2017, com consultoria especializada, do mesmo modo como foi feito na implantação do selo da Cachaça de Salinas e do Queijo Artesanal do Serro. Ao longo desse período, foram desenvolvidas várias ações estratégicas visando à certificação.
“Trabalhamos muito e agora vem o reconhecimento. Apoiamos os apicultores em visitas técnicas, participação no Congresso Nacional de Apicultura e Feira de Produtos Orgânicos, além de consultoria em gestão financeira, formação de preço dos méis e derivados e suporte em marketing digital”, ressalta o analista do Sebrae Minas Walmath Magalhães.
Além dessas ações, por meio do Sebraetec – programa do Sebrae que disponibiliza serviços tecnológicos e conecta os pequenos negócios a uma ampla rede de prestadoras de serviços tecnológicos -, foi feito o mapeamento para melhoria de processos e o alinhamento de funções e fluxo de trabalho junto aos cooperados.
O Presidente da Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi), Luciano Fernandes, destaca a importância do selo para os apicultores. “A certificação vai agregar valor e dar visibilidade ao nosso produto, pois vamos poder vender para todo Brasil e para o exterior. Vamos preservar a aroeira e manter os apicultores e agricultores familiares no campo”, enfatiza.
Processo natural do mel
O Norte de Minas está inserido em uma área de transição entre o Cerrado e a Caatinga, com clima árido e poucas chuvas, o que contribui para a adaptação de plantas como a myracrodruon urundeuva allemão (aroeira-do-sertão).
O professor do Departamento de Biologia da Unimontes e do Programa de Pós-Graduação em Biotecncologia, Dario Alves, explica como é o processo natural do mel produzido com néctar retirado da aroeira. “Aliado ao néctar está o ‘melato’, nome que se dá ao líquido adocicado produzido por insetos psilídeos. Eles sugam a seiva da planta, que passa pela digestão e maturação no organismo dos insetos até ser eliminada. A abelha, então, utiliza esse melato para fazer o mel junto ao néctar e ao pólen retirados das flores”, explica o professor.
Ele reforça que o principal diferencial está nos elevados níveis de compostos fenólicos e na ação antioxidante e antimicrobiana, além de não cristalizar, como nos tipos mais comuns de mel.
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