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Cafés de origem controlada: um caminho para alinhar produtores às tendências de consumo

Minas Gerais, o maior Estado produtor de café do país, tem atualmente três regiões estruturadas com o sistema de Origem Controlada: Cerrado Mineiro, Matas de Minas e Mantiqueira de Minas
Por Redação
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O Minas Coffee Origins – Summit 2020, com o tema “O movimento das origens controladas e o futuro da cadeia de valor do café”, que aconteceu no segundo dia da Semana Internacional do Café, mostrou as tendências de comportamento e consumo e a maior importância que vem sendo dada às marcas verdadeiras, sustentáveis e éticas.

Priscilla Lins, gerente de agronegócios do Sebrae-MG, aposta que esse jeito diferente de olhar para a cafeicultura no futuro é muito mais do que uma tendência. “É uma oportunidade e um movimento. Nós acreditamos que as origens controladas podem se tornar um instrumento poderoso de inovação, geração de valor compartilhado e sustentabilidade real”, diz.

Nesse contexto se inserem os cafés de origem controlada. Eles possuem uma certificação de que foram produzidos em uma região com características específicas e que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar, tornando aquele produto único. Além disso, uma região organizada também é capaz de atrair mais investimentos e desenvolvimento coletivo.

Alguns princípios devem ser observados para que uma região receba a certificação: demarcação da área, governança atuante, proteção, produção controlada, alta qualidade, rastreabilidade e impacto coletivo.

Minas Gerais, o maior Estado produtor de café do país, tem atualmente três regiões estruturadas com origens controladas: Cerrado Mineiro, Matas de Minas e Mantiqueira de Minas. Outras duas estão em estágio de estruturação, que são a Região Vulcânica e a Chapada de Minas. Para o consultor da Be Consulting, Paulo Vischi, os cafés de origem controlada trazem uma possibilidade para que o produtor se conecte com as principais tendências de consumo das novas gerações.

A grande diferenciação está em tornar o território demarcado em uma marca conhecida e respeitada. Para isso, os consumidores precisam enxergar que existe uma sustentabilidade real em torno do produto. Vischi explica que a chamada geração Z, que vem sendo denominada também de “geração honesta”, busca marcas sinceras e informações reais sobre o que estão consumindo.

Por sustentabilidade real se entende uma cadeia que remunera melhor seus produtores de café, com novos mecanismos de precificação e proteção do meio ambiente. Com isso, alinhada a ela, o consultor aponta que é necessário uma transparência radical e um impacto verificável, provando a esse novo consumidor através de dados fiéis o que a empresa está fazendo pelo planeta.

“Não é uma questão de produto. Café todo mundo tem. É uma questão de deixar de vender um produto para vender uma marca. A era do marketing já passou. As pessoas não querem comprar pelo o que você fala, mas pelo o que você faz. Marca não é o que você comunica, é o que você causa. Marca é propósito, direção de construção de impacto social e econômico coletivo”, enfatiza Vischi.

Lennart Clerkx, da Coffee Imported, completou enfatizando a importância da transparência. Para ele, o universo da produção de café ainda é pouco transparente e é algo que precisa ser mudado. Ele cita como um exemplo simples que os sites das importadoras tenham os telefones dos produtores de cafés para que os consumidores possam acessá-los por quaisquer dúvidas. “A transparência é algo inevitável, influenciará o mercado e as escolhas do consumidor. Eu tenho uma visão bastante utópica, obviamente, mas ao mesmo tempo muito realista. Precisamos ter mais ética e transparência na cadeia do café”, defende.

O colombiano Felipe Sardi, da Biodiversal e da La Palma y el Tucan já vem praticando tudo isso. Seus negócios, que não se limitam apenas à fazenda de café, são orientados por um propósito claro de gerar sustentabilidade real. Ele ajuda a centenas de produtores no seu entorno a produzirem café de alta qualidade, de forma sustentável e ainda os apoia no acesso a mercados sofisticados. Com iniciativas como esta tem promovido um enorme impacto coletivo que é facilmente perceptível pela melhoria da qualidade de vida da comunidade.

A diretora de sustentabilidade da Fazenda Da Terra, Isabela Pascoal, faz o alerta: sustentabilidade real dá trabalho, mas é um caminho sem volta. “A nova sustentabilidade deve ser um compromisso permanente. Mas nada disso faz sentido se você não desenvolve um mercado. Nós acreditamos desde o início que se fazíamos um café tão especial, não tinha como vendê-lo do jeito tradicional. Sustentabilidade real dá trabalho, não existe uma fórmula certa e depende de cada tamanho da sua empresa. É muito importante saber as escolhas que são feitas. O que eu posso fazer para ser sustentável dentro do meu modelo de negócios”, finaliza.

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De 18 a 20 de novembro

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