Terceira geração de uma família de cafeicultores de Minas Gerais, o agrônomo Lúcio Gondim Velloso, 42 anos, herdou o gosto pela atividade do avô, pai e tios, que desbravaram a terra localizada no município de Carmo do Paranaíba, região do Alto Paranaíba. Lúcio foi pioneiro ao conquistar, em 2013, o Prêmio Região do Cerrado Mineiro, principal reconhecimento de qualidade dos grãos da primeira região com Denominação de Origem (DO) de cafés do Brasil.
O prêmio ainda rende frutos e impulsiona a confiança da família em seguir investindo nos negócios. Na Fazenda São Luiz, Lúcio atualmente cultiva 300 hectares de lavoura, e prepara outros 100 hectares para iniciar o plantio até o fim deste ano. “Encerramos 2024 com 200 hectares e, em 2026, teremos 400. Isso é reflexo de uma boa gestão, planejamento e alta produtividade”, celebra.
O negócio familiar começou em 1972, quando o avô de Lúcio e outros sete irmãos foram um dos pioneiros a chegar à região do Cerrado Mineiro, e um dos primeiros a se instalarem em Carmo do Paranaíba. Com a morte dos avós, o pai de Lúcio, Fausto do Espírito Santo Velloso, assumiu a fazenda. “Quando meu avô e minha avó faleceram, e meus tios desistiram da empreitada, meu pai herdou um pedaço de terra e todas as dívidas da fazenda. No entanto, mesmo com todas as dificuldades, ele conseguiu seguir com o negócio e crescer no setor”, conta.
Em 2006, após se formar em Agronomia, em Ribeirão Preto (SP), Lúcio Velloso retornou para Carmo do Paranaíba e assumiu as rédeas do negócio da família, agregando mais conhecimento e tecnologia à produção. A parceria com o Sebrae Minas começou nessa época, por meio do programa Educampo. “Participamos do grupo do Educampo Café desde 2007, recebendo todas as orientações técnicas necessárias para o bom funcionamento gerencial do empreendimento”, destaca.
Sempre investindo na excelência dos grãos, o produtor afirma que seu pai foi o primeiro produtor da região a despolpar o café, uma etapa do processamento que garante ainda mais valor agregado à produção. Hoje, Lúcio Velloso é referência na região quando o assunto é pós-colheita, procedimento que consiste em um conjunto de ações para o beneficiamento dos frutos colhidos, desde a limpeza até a secagem.
Todo esse trabalho foi reconhecido novamente, em 2017, com a segunda conquista do Prêmio Região do Cerrado Mineiro. “A premiação consolidou o nosso café. Com toda a visibilidade e credibilidade que o título nos trouxe, foi possível abrir novos mercados, vendendo bem o nosso produto, inclusive, os cafés de menos qualidade com um valor acima da média de mercado”, revela.
