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Artesãos do Jequitinhonha faturam R$ 280 mil com vendas na expedição ‘Viagem para a origem’

Ação do Sebrae Minas levou lojistas de diversos estados para fazerem negócios e conhecer a identidade do artesanato produzido na região
Por Redação
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Artesãos do Vale do Jequitinhonha faturaram R$ 280 mil em vendas diretas e encomendas realizadas durante a expedição ‘Viagem para a origem’, promovida pelo Sebrae Minas, em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede), entre 14 e 19 de agosto. A ação reuniu um grupo de 13 lojistas dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal.

Partindo de Belo Horizonte, o roteiro incluiu as cidades de Araçuaí, Diamantina, Minas Novas, Ponto dos Volantes, Turmalina, até chegar a Teófilo Otoni. Durante seis dias, o grupo conheceu de perto a produção das tradicionais bonecas de cerâmica , bordados, tecelagem e peças feitas com capim dourado, sempre-vivas, fibra, madeira e couro. Além de promover a venda direta e gerar oportunidades de negócios futuros, a iniciativa contribui para dar visibilidade à identidade do artesanato local, por meio da valorização da origem produtora.

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A proximidade dos compradores com a história e cultura do Vale do Jequitinhonha é destacada pelo decorador e empresário Helmo José da Silveira Júnior, de Pirenópolis (GO), um dos participantes da viagem. Com três lojas de artesanato na cidade do interior goiano, ele conta que foi a primeira experiência na região. “O apoio do Sebrae Minas facilitou o acesso aos fornecedores, visto o tamanho da região e a dificuldade de chegar até algumas comunidades”, destaca.

Ele ainda frisa que a viagem representou mais do que boas compras. “Fiquei impressionado com a beleza das peças de cerâmica e do bordado do Curtume (comunidade quilombola do Vale do Jequitinhonha), mas a simplicidade e o carinho demonstrados pelos artesãos também impressionam. O afeto agrega no momento da venda, já que podemos contar para o nosso cliente um pouco desta história”, explica.

Visibilidade nacional

As peças do Vale do Jequitinhonha também terão espaço no aeroporto de Fortaleza (CE), na loja da empresária Rosane Giacomelli, que se encantou com as belezas da região mineira. “Não teria condição de comprar na origem, e em volume considerável, sem o apoio do Sebrae.

A isenção do custo com o frete também ajudou muito, pois costuma representar cerca de 20% do valor da peça”, afirma.

A empresária também conta que “o tom rosado do barro é uma beleza à parte. Os filtros, as chaleiras, os vasos com flores em cerâmica e as noivas, que são a cereja do bolo. Tudo é muito encantador. E o contato com mulheres tão guerreiras foi uma experiência incrível, espiritual e emocionalmente”, reforça a empresária, que ainda destaca a visibilidade que as peças terão em seu espaço. “Em loja aeroportuária, costumo dizer que todo mundo vê. Fico feliz em colaborar na divulgação deste trabalho”, finaliza.

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A analista da Unidade de Agronegócios do Sebrae Minas Amanda Guimarães ressalta que a ação tem o objetivo de dar protagonismo aos artesãos mineiros e fortalecer o posicionamento do território como produtor de artesanato com identidade. “Quando levamos os lojistas para a região do Vale do Jequitinhonha, entendemos que essa será uma experiência única de vivência e conexão dos compradores com os artesãos. Os lojistas que participaram da ação puderam viver a riqueza cultural do Vale do Jequitinhonha, e irão levar para as suas lojas muito além do produto, que é uma das mais belas expressões artísticas desse território, mas também um pouco da experiência que viveram e da história dessas pessoas e do artesanato da região”, explica.

As expedições realizadas com os lojistas já estão consolidadas no calendário de atividades de promoção, fomento e desenvolvimento do artesanato mineiro, segundo o diretor de Artesanato da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (SEDE), Thiago Tomaz. “Não temos dúvidas da extrema importância dessa ação para o desenvolvimento das comunidades contempladas, em especial, do Vale do Jequitinhonha. A expedição gera renda instantânea, considerando que é uma ação de consumo imediato pelos lojistas e, consequentemente, propicia negócios futuros”, frisa.

Talento que ultrapassa gerações

A artesã Silvana Ferreira é uma das lideranças da Associação do Curtume, no município de Francisco Badaró. Integrante do grupo de bordadeiras, aprendeu a técnica de criação de estandartes em ponto cheio com as anciãs da comunidade. “Sentir a alegria e a energia dos lojistas, vê-los admirando nosso bordado e enxergando nas peças a expressão de nossos sentimentos foi único”, revela. Ela ainda destaca que o apoio do Sebrae Minas fortalece o trabalho das artesãs. “Costumamos vender na loja virtual, mas receber os comerciantes em nossa comunidade dá outro significado para as nossas peças”, afirma.

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Maria Salvina Gomes, ceramista da comunidade do Fanado, avalia que, ao conhecerem a produção de perto, os compradores valorizam ainda mais o ofício. Quando criança, ela aprendeu com a mãe a modelar panelas, potes, talhas e moringas. Hoje, cria as clássicas bonecas e casais de cerâmicas que simbolizam o artesanato da região. “Além de aumentar nossas vendas, essas visitas geram fidelidade nos negócios. Mesmo distantes, os lojistas continuam fazendo novos pedidos”, comenta.

Suporte estratégico

O Sebrae Minas apoia o desenvolvimento e a promoção do artesanato produzido na região. No final de 2021, a entidade deu suporte à criação da marca território ‘Vale do Jequitinhonha’, com o objetivo de ampliar a visibilidade e o reconhecimento dos produtos locais no mercado. A proposta do trabalho, em parceria com quatro associações, é destacar a origem como diferencial para valorizar ainda mais o artesanato e contribuir para o desenvolvimento da região.

O analista do Sebrae Minas na regional Jequitinhonha e Mucuri Julian Silva reforça que ações como a viagem para a origem ressignificam a maneira como o artesanato é inserido no mercado. “São iniciativas muito potentes para conectar os compradores com os nossos artistas. O lojista que conhece o Jequitinhonha tem muito mais propriedade para falar sobre a peças e seu processo de criação, fato que agrega valor ao produto”, finaliza.

Assessoria de Imprensa | Prefácio Comunicação

Samuel Martins – [email protected]

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