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Práticas agrícolas inovadoras e responsáveis melhoram a sustentabilidade na cafeicultura mineira

Produtores de diversas regiões do estado investem em iniciativas que aliam gestão e tecnologia em prol da preservação ambiental
Por Henrique Ulhôa
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A cafeicultura em Minas Gerais tem sido um exemplo para o país dos benefícios gerados pelas práticas de cultivo regenerativas. As regiões do Cerrado Mineiro, que abrange parte do Triângulo e do Noroeste e Alto Paranaíba, e da Mantiqueira de Minas,no Sul do estado, são referências no tema, com centenas de produtores já certificados por órgãos internacionais.

A agricultura regenerativa é um modelo que vem sendo trabalhado pelos produtores para combater as mudanças climáticas e tornar a lavoura mais resiliente. Em 2024, houve um aumento considerável de produtores que conseguiram a certificação da Regenagri, empresa que realiza auditoria com base em parâmetros da Control Union, da Inglaterra, especializada em agricultura regenerativa.

Na Mantiqueira de Minas, a Cooperativa Agropecuária do Vale do Sapucaí (Coopervass) se tornou a primeira cooperativa do Sul de Minas e a terceira do Brasil a conquistar a Certificação de Cafeicultura Regenerativa para 24 produtores e 28 fazendas. E no Cerrado Mineiro já são mais de 40 mil hectares de café certificados. “Esse é um modelo que os produtores têm adotado bastante, uma vez que ele contribui para a proteção do solo, o sombreamento, aumenta o uso de produtos biológicos e torna a lavoura e a produção mais sustentáveis, não só do ponto de vista ambiental, como também social e econômico”, explica o diretor-executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal.

Nos últimos anos, o Sebrae, por meio do Educampo e em conjunto com as cooperativas locais, tem atuado para fomentar a formação de grupos de cafeicultores para certificar e comercializar os grãos com o selo de agricultura regenerativa.

A iniciativa, inclusive, levou um grupo de produtores da Expocacer, no Cerrado, a atenderem uma demanda da empresa italiana illycaffè, viabilizando a estratégia mundial da marca de ser a primeira torrefadora do mundo a vender café regenerativo para mais de 50 países.“É um motivo de orgulho o Sebrae Minas fazer parte dessa conquista, que vem sendo construída com muito trabalho, preparação e qualificação dos produtores nos processos de certificação e inovação. A agricultura regenerativa é essencial para mitigar os efeitos climáticos e a pressão por alimentos produzidos de forma mais sustentável”, destaca Marcos Geraldo Alves da Silva, gerente da Regional Noroeste e Alto Paranaíba do Sebrae Minas.

Também em parceria com a Expocacer, está sendo realizado o Programa “Diálogos Regenerativos”, que tem o propósito de fomentar o debate e disseminar conhecimento sobre práticas regenerativas na cafeicultura. Em parceria com a Monteccer, Cooperativa de Produtores de Café de Monte Carmelo, o Sebrae tem atuado na mobilização de produtores para uma transição responsável rumo a uma cafeicultura de baixa emissão de carbono, por meio da Jornada do Carbono Neutro, evento que trata das urgências, pessoas, segurança alimentar, clima, leis, metas, descarbonização, bioeconomia e produção. A instituição apoia ainda o Viveiro de Atitude, programa socioambiental, idealizado pelas fazendas cooperadas da MonteCCer e que tem como propósito criar iniciativas e projetos para conservação do Bioma Cerrado.

Região do Cerrado Mineiro tem mais de 40 mil hectares de café certificados em boas práticas de agricultura regenerativa

Também na Região do Cerrado Mineiro, em colaboração com o Consórcio Cerrado das Águas (CCA), plataforma colaborativa que inclui vários setores, envolvendo empresas, governo e a sociedade civil, e tem como objetivo agregar esforços para a preservação e conservação ambiental, a fim de combater as mudanças climáticas, o Sebrae Minas atuou na construção do Guia Prático de Agricultura Climaticamente Inteligente.

A partir dos dados fornecidos pela Plataforma do Educampo, o CCA conseguiu recurso exclusivo com o Rabo Foundation, braço de investimento do banco holandês Rabobank, para financiar produtores rurais. O objetivo é promover a sustentabilidade da agricultura e a resiliência hídrica.

Café Regenerativo na Mantiqueira

Na Mantiqueira Minas, Sul do estado, 28 propriedades de café já conquistaram a certificação da Regenagri. Parte da produção da região é orgânica, resultado de anos de investimento em manejo natural e boas práticas agrícolas. Hoje, os cafés cultivados sob esse modelo representam uma fração crescente da produção regional, que reforça o protagonismo da Mantiqueira como território de cafés sustentáveis e de excelência.

Reconhecida como Denominação de Origem, a Mantiqueira de Minas reúne condições únicas de solo, altitude e clima que resultam em cafés de sabor e aroma marcantes. O desafio agora é ampliar o alcance das práticas sustentáveis e consolidar o café regenerativo como um novo padrão de produção e consumo responsável.

Para Alessandro Hervaz, produtor de cafés especiais e presidente da Coopervass, regenerar é mais do que conservar; é devolver à terra o que ela oferece, fortalecendo a economia local e criando novas oportunidades para os produtores. “O café regenerativo é uma ponte entre o passado e o futuro. É produzir respeitando o tempo da natureza, cuidando das pessoas e garantindo que o café da Mantiqueira continue sendo sinônimo de qualidade e propósito”, destaca Hervaz.

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Assessoria de Imprensa Sebrae Minas – Regional Noroeste e Alto Paranaíba

Henrique Ulhoa (Stark)

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