Unir empreendedorismo, inclusão social e sustentabilidade se tornou o objetivo do torrefador Murilo Montalvani quando ele decidiu lançar o Café da Vaca, em Araxá, cidade do Alto Paranaíba. O nome curioso do negócio relembra a história da família à frente das fazendas de criações de gado na região, uma das referências no agronegócio em Minas Gerais.
Murilo não produz cafés diretamente: ele adquire os grãos junto aos cafeicultores de regiões mineiras – como do Cerrado e da Canastra –, faz a torrefação e comercializa diretamente por meio de sua marca. O Café da Vaca se destaca pela identidade visual premiada. Em 2024, a empresa conquistou o prêmio de melhor embalagem na Semana Internacional do Café (SIC), na categoria Expresso Design pela criatividade e propósito por trás do produto.
O prêmio na SIC de 2024 teve um significado especial para Murilo. A embalagem – que se assemelha a uma lata de leite usada nas propriedades rurais – foi desenvolvida por meio de um projeto com os detentos que participam das ações da Associação de Proteção e Amparo aos Condenados (APAC) de Araxá. A parceria com a entidade permite que diversos reclusos consigam transformar três dias de trabalhos em um dia de pena a menos – um direito garantido pela Lei de Execução Penal no Brasil.

“Conhecia o diretor da Apac e vi ali uma chance de unir a torrefação de café à ressocialização. Desenvolvemos um projeto no qual os detentos participam ativamente da personalização das embalagens, costura de sacolas e até de detalhes de marcenaria para nossas edições limitadas”, afirma Murilo, que paga um valor unitário à associação e o recurso é totalmente revertido em melhorias na unidade prisional — promovendo capacitação, renda e dignidade aos participantes. “Apoiamos pessoas em processo de ressocialização, oferecendo trabalho digno e a chance de recomeçar”, resume o empreendedor.
“Meu pai já havia trabalhado com café quando eu tinha 18 anos, mas, depois disso, não contávamos mais com áreas de produção. A ideia acabou não seguindo. Mas via que o mercado nacional precisava de uma empresa que tivesse propósito, impacto positivo e fornecesse cafés especiais de extrema qualidade que antes eram só ofertados ao mercado externo. Faço a ponte entre o produtor e o cliente final”. conta.
Visibilidade da marca
Com o apoio do Sebrae Minas, Murilo Montalvani participou de orientações e capacitações, ganhou visibilidade e teve participações em eventos em todo o estado, como o Fanicafé (Araguari) a Expoqueijo (Araxá) e a Casacor Minas. O empreendedor também recebe apoio por meio do programa Origem Minas, que impulsiona os pequenos negócios que expressam a mineiridade na essência dos produtos.
“Desde o início, o Sebrae acreditou na ideia e ajudou a transformar propósito em negócio. Hoje, temos uma marca que leva Minas Gerais e todo o Cerrado para novos consumidores”, afirma o produtor.
Sustentabilidade
Além da inclusão, o Café da Vaca tem forte pegada de sustentabilidade. Os consumidores podem devolver as embalagens utilizadas em pontos de coleta ou enviá-las por parceiros logísticos dentro do projeto Devolva-me. Elas retornam ao ateliê da Apac, onde são transformadas em vasos para germinar mudas nativas do Cerrado.
Depois, elas plantadas em áreas de nascentes e recuperação ambiental, em mutirões que envolvem produtores, escolas e comunidades locais. “Sou a ponte entre o produtor e o cliente final, mas também entre o presente e o futuro que queremos construir”, reflete Murilo Montalvani.
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Conheça o negócio de Murilo Montalvani por meio da página no Instagram @cafedavaca
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