Quando se matriculou no curso técnico em Administração do Núcleo de Empreendedorismo Juvenil (NEJ) de Itabira, no Rio Doce, Gustavo de Oliveira Braga era como tantos outros jovens recém-formados no ensino médio, em busca de um futuro profissional. Tinha em mente que a formação lhe proporcionaria conhecimento para ajudar na gestão do negócio familiar: a Ideale Lingerie. Mas os impactos em sua vida pessoal e profissional foram além do que ele esperava.
A empresa foi fundada em 1996, como uma oportunidade para os pais de Gustavo, Cida e José Geraldo, restabelecerem as finanças da família. “Meu pai teve uma empresa anterior, mas que foi à falência. Então, ele decidiu trabalhar em São Paulo. Quando voltou, optou por iniciar o negócio no setor de moda íntima”, conta. Com um molde emprestado, Cida começou a fabricar, em casa, algumas peças, enquanto José Geraldo se dedicava às vendas.
Na época, Gustavo tinha 11 anos de idade, e começou a ajudar a mãe e a irmã, Marília, na fábrica. O empreendimento ganhou força e, com o aumento da demanda, viram a oportunidade de registrar a marca, em 2014. Anos depois, em 2022, abriram a loja onde comercializam os produtos da fábrica, hoje, com oito funcionários, e também as de outras marcas.
Ao concluir o NEJ, em 2024, ele passou a atuar na gestão da empresa, aplicando ferramentas e metodologias mais modernas. “Percebi, por exemplo, a importância de encontrar pessoas comprometidas com o negócio e com o propósito do negócio, e treinei meu olhar para isso. Ainda no NEJ, conheci o Vitor Andrade, e o convidei para trabalhar na produção da Ideale. Hoje, ele atua no Polo Econômico da Mulher (PEM), um projeto voltado à capacitação de mulheres para a indústria, e continua sendo nosso parceiro, indicando pessoas para trabalhar conosco”, conta.
Planejamento e estratégia
O conhecimento adquirido durante o NEJ foi fundamental para um momento estratégico da empresa: separar as vendas de peças próprias das outras marcas.
“Éramos uma marca de fabricação própria, e percebemos que tínhamos uma capacidade muito maior de mercado. Passamos a enxergar o negócio mais estrategicamente e a planejar os próximos passos com riscos calculados”, afirma.
A atuação de Gustavo na gestão do negócio familiar reflete a transformação que a metodologia inovadora do NEJ promove na vida dos jovens. No curso, ele desenvolveu habilidades e competências essenciais para se desenvolver pessoal e profissionalmente, além de ter uma visão ampliada sobre empreendedorismo e inovação. Assim, ele conquistou a confiança necessária para transformar o modelo de negócio da sua família.
E com o olhar atento às oportunidades do mercado, o empreendedor iniciou, recentemente, um negócio próprio, voltado para a produção de peças em couro. “Precisei trocar a pulseira de um relógio e tive dificuldade em encontrar fornecedores na região que fizessem a personalização a laser. A única empresa disponível tinha um preço elevado, o que me motivou a fabricar a peça. Fiz uma pesquisa e identifiquei que há demanda para esse tipo de produto”, comenta.
Hoje, Gustavo está dedicado ao treinamento de pessoal, estratégia de marketing e na estruturação da nova empresa para fornecimento em larga escala. “Pessoalmente, o NEJ me trouxe mais maturidade e um outro olhar para a educação e os estudos”, frisa o empreendedor que está cursando o segundo período de Engenharia de Produção, na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).
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