Entre 4 e 8 de dezembro, Belo Horizonte foi palco da 35ª Feira Nacional de Artesanato, evento que valorizou o artesanato, a história, a tradição, as crenças e a cultura mineira. O Sebrae Minas levou mais de 45 artesãos ligados a associações e cooperativas do estado, e dez agroindústrias, que apresentaram e comercializaram seus produtos no evento.
Os artesãos Adriana Garcia Ribeiro, de Recreio, na região da Zona da Mata, e Roberto de Souza Santos, de Barroso, no Campo das Vertentes, expuseram seus produtos no espaço Origem Minas, do Sebrae Minas, que buscou ampliar o mercado de atuação dos participantes, incentivar o consumo de produtos locais, gerar experiências e valorizar os produtos originários de Minas Gerais.
Arte em cerâmica
Natural de Campo Belo, Adriana Garcia se mudou para Recreio durante a pandemia. A artista trabalhava com bolsas artesanais feitas com tecidos sustentáveis, mas, com a queda nas vendas, precisou se reinventar como profissional. No município, conhecido como “terra de ceramista”, a artesã observava o trabalho dos oleiros no quintal de seu sítio. “Consegui um forno a lenha e iniciei a fabricação das peças com argila da própria região. Depois, mudei para uma argila mais elaborada, para o desenvolvimento de utilitários. Todo o meu aprendizado foi on-line e me identifiquei muito com a função”, destaca.
A ceramista ainda conta que a tradição mineira está bastante presente nos moradores do interior e que convivem com a natureza. “Minha inspiração para produzir as peças vem da região. Consegui unir os elementos que vejo todos os dias no sítio e criei a Cerâmica Aldeia. Capacitei pessoas da comunidade e, hoje, trabalhamos coletivamente. O custo do material e o lucro das vendas são divididos entre todos os colaboradores”, explica.
A Cerâmica Aldeia conta com o trabalho de artesãos de várias idades, pessoas que aprenderam o ofício com Adriana e, hoje, tiram seu sustento do artesanato. “Fico muito satisfeita por fazer o que amo e colaborar com o aspecto social de forma sustentável. Me sinto orgulhosa por contribuir com o sucesso do patrimônio histórico de Recreio, que é a cerâmica”, destaca.
Ofício de família
Localizada em Barroso, a Arte em Ferro JR tem na natureza a inspiração para as suas peças, como vasos, fruteiras, centros de mesa e esculturas para parede. O artesão Roberto Souza Santos começou a trabalhar com ferro aramado aos 13 anos de idade, junto com o pai. Hoje, ele tem sua própria oficina em Barroso, mas continua trabalhando com o pai no município de Antônio Carlos. “Nossa união é muito forte e, juntos, sempre elaboramos novos modelos”, ressalta.
No início, ele fabricava flores pequenas e, com o tempo, desenvolveu uma técnica de produção com metal. “Realizei cursos on-line e participei de diversas feiras, que me ajudaram a expandir o negócio. Minha primeira participação na Feira Nacional de Artesanato foi em 2014, e as vendas foram muito boas. Vendemos todas as peças”, conta.
O artesão acrescenta que as capacitações realizadas no Sebrae auxiliaram bastante seu negócio. “Nossa maior dificuldade era relacionada à precificação e à devolução de produtos. O curso de marketing, por exemplo, me ajudou muito com esse gargalo”, sublinha.
Projeto Origem Minas
O projeto Origem Minas foi criado em 2012 pelo Sebrae Minas, em parceria com o sistema Faemg, para fomentar o desenvolvimento, a competitividade e a diferenciação das pequenas empresas do artesanato e da gastronomia do estado. A ideia é levar a “mineiridade” para o Brasil por meio de experiências que traduzam história, qualidade, tradição e exclusividade dos produtos mineiros.
Assessoria de Imprensa Sebrae Minas – Regional Zona da Mata e Vertentes
Luciana Grillo (Stark)
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