Agência Sebrae de Notícias

A sustentabilidade é uma pauta que ganhou força nos últimos anos na cafeicultura com a adoção de diversas ações que garantem a proteção do meio ambiente e a melhoria da qualidade dos cafés especiais. Com pequenas mudanças na rotina e no manejo, é possível também aumentar a produtividade na atividade e a margem de lucro no dia a dia dos produtores. Durante a 12ª edição da Semana Internacional do Café (SIC), no Expominas, o Sebrae Minas trouxe como tema, no Encontro do Educampo, várias iniciativas simples e corriqueiras que estimulam o crescimento da atividade e atendam cada vez mais a necessidade de consumidores exigentes. O evento contou com a participação de mais de 500 produtores e consultores do estado que integram o programa.

Formada por 55 municípios do Alto Paranaíba, Noroeste e Triângulo e com produção média de 6 milhões de sacas de cafés anualmente, o Cerrado Mineiro se transformou em exemplo na questão da produção sustentável. Recentemente, a região lançou o primeiro produto totalmente regenerativo do mundo, em parceria com a empresa italiana Illy. O café é produzido com as melhores práticas e uso de técnicas de adaptação, mitigação e regeneração de ecossistemas.

Entre os processos já adotados no Cerrado, se destacam a irrigação com estresse hídrica controlada (interromper a irrigação das plantas por um período de tempo para uniformizar a florada), espaçamento entre plantas, poda dos ramos horizontais e a utilização de adubos orgânicos.

Consultor do Educampo na Região do Cerrado Mineiro, o engenheiro agrônomo Caio Lazarini explicou, em seu painel, que o processo é desafiador, pois o produtor muitas vezes não verá os resultados de forma instantânea. “As fazendas evoluem nas práticas regenerativas todos os dias. Desde quando o produtor começa o processo de implementação dessas ações, ele precisa ser resiliente, porque nem sempre a resposta não é muito efetiva inicialmente. Certamente, ela vai trazer alguns benefícios no médio e longo prazo. No início, o produtor vai encontrar uma dificuldade operacional, mas é fundamental que o processo aconteça e evolua constantemente”, afirma.

O também consultor Flávio Bambini, de Patrocínio, abordou a importância de uma gestão financeira eficiente das fazendas. Para isso, ele mostrou para os mais de 300 participantes do encontro vários planos de expansão das fazendas, com planilha de gastos com insumos, equipamentos, fertilizantes e capacitações de colaboradores. Precisamos sempre ter em mente quando iremos plantar, quanto vou plantar e quais os projetos a curto, médio e longo prazo. É preciso um planejamento macro da propriedade, a fim de otimizar recursos e aumentar a rentabilidade da produção. Projetos padronizados e equalizados significam mais tranquilidade e segurança”, afirma o consultor.

Por fim, o planejamento também foi tema da exposição de Rodrigo Ticle, que vive o dia a dia dos produtores atendidos pelo Educampo há mais de duas décadas em Araxá. “A cadeia produtiva do café exige muito planejamento do produtor, mas assegura muitas oportunidades. É fundamental que ele conheça a fundo os números do negócio, aplicar investimentos na comercialização e entender se a atividade está sendo rentável ou não. Reduzir custos em algum momento da produção pode ser um passo importante para que a produção atinja números eficientes”, explica Rodrigo.

Atendimento em todo o estado

O Educampo atende, atualmente, mais de 500 propriedades de café em todo o estado e conta com 20 empresas parceiras e 35 consultores, com produção estimada de mais de 1,5 milhão de sacas de café e quase 60 mil hectares de área plantada. “Nossos projetos apoiam as origens controladas na criação de novas formas de produzir de maneira responsável, integrada e efetiva”, destaca Priscilla Lins, gerente da Unidade de Agronegócios e Artesanato do Sebrae Minas.

No dia a dia, os especialistas treinados pela metodologia do programa são responsáveis pelas consultorias individuais, com ferramentas gerenciais exclusivas à disposição. Além da coordenação do Sebrae Minas, o trabalho envolve a participação de associações, cooperativas ou empresas parceiras, que contribuem de forma positiva para a produção no campo.

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