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ELI Summit reúne em Itajubá especialistas e representantes de Ecossistemas Locais de Inovação mineiros

Encontro promovido pelo Sebrae Minas ocorreu durante o HardTech Innovation e discutiu tendências e perspectivas para o fortalecimento dos ecossistemas
Por Roger Dias
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O papel das comunidades de startups na impulsão da inovação, o fortalecimento dos ecossistemas por meio de ambientes promotores e os impactos do Marco Legal no desenvolvimento de territórios inovadores foram destaques na primeira edição do ELI Summit Minas Gerais, que aconteceu em Itajubá em 18 de março. O encontro contou com a participação de centenas de especialistas, representantes e atores dos 11 Ecossistemas de Inovação de Minas Gerais apoiados pelo Sebrae Minas para estimular a competitividade dos negócios.

O primeiro ELI Summit Minas Gerais foi uma das atrações do HardTech Innovation, maior evento de empreendedorismo, inovação e tecnologia da região e que teve a presença de 80 startups, além de 40 expositores e palestrantes. O encontro estimulou conexões e trouxe cases de todo o país com ênfase no fomento à inovação.

“Itajubá hoje é referência em todo o país no desenvolvimento de empresas de tecnologia, estimulando o compartilhamento de conhecimento e o surgimento de novas empresas. Organizamos um conteúdo especial para mostrar as novas tendências do mercado e mostrar as boas práticas dos territórios inovadores”, explica o gerente da Regional Sul do Sebrae Minas, Rodrigo Ribeiro.

Um dos destaques do ELI Summit foi o empreendedor e fundador da StartSE, Junior Bornelli, que abordou a necessidade de os negócios sempre se reinventarem para adquirir clientes e maior faturamento. “Temos de estar atentos ao que acontece no mundo e ver como reagimos. A economia está muito conectada e uns dependem dos outros, influindo no dia a dia”, afirma.

Junior Bornelli falou sobre a importância da inovação nos pequenos negócios. Crédito: Divulgação/Inovai

Em sua apresentação, Bornelli lembrou o caso de uma empresa de cigarros que optou por apostar em um nicho de negócio diferente: recentemente, ela investiu em uma rede de alimentação saudável. “Só vão sobreviver às empresas que forem capazes de se reinventar. Para a empresa de cigarro, ela vai precisar morrer um pouco para ganhar sobrevida, pois muitas pessoas deixam de fumar com o tempo. No passado, é até contraditório pensar que uma empresa de cigarros pode apostar em alimentação saudável. Mas ela vê a necessidade de apostar em novo mercado. Por mais que ela tivesse sucesso no passado, não garante êxito no futuro”, explica.

O diretor-executivo da Associação Itajubense de Inovação e Empreendedorismo (Inovai), Maurício Bittencourt, deu ênfase à união de esforços para que os ambientes sejam propícios para o surgimento de negócios inovadores. “O principal desafio é manter a cultura da colaboração. Os ecossistemas precisam de sinergia para que os atores se integrem e promovam a inovação. Sabemos que cada empreendedor tem sua realidade, com várias possibilidades de foco, mas é preciso que eles se unam em torno do desenvolvimento do território”, afirmou Maurício.

Por sua vez, a presidente da Rede Minas de Inovação, Adriana Faria, evidenciou a evolução dos números de negócios e trabalhos nos territórios brasileiros no ano passado. Atualmente, o país conta com 58 parques tecnológicos, 250 incubadoras de empresas, 150 startups apoiadas, 61 empresas graduadas, gerando um faturamento de R$ 84 milhões e cerca de 850 empregos diretos.

Ela compartilhou insights sobre como os ambientes de inovação podem ser motores para o desenvolvimento econômico e social. “O Brasil hoje aparece apenas na quarta posição no ranking de inovação no mundial. Isso é um dado que afeta a competitividade dos negócios no país. Precisamos trabalhar para que o ambiente seja favorável para o surgimento de novas startups que possam inovar o mercado em diferentes áreas de atuação”, ressalta.

Maurício Bittencourt e Adriana Faria falaram sobre os trabalhos dos ecossistemas em Minas Gerais. Crédito: Divulgação/Inovai

Em outro painel no ELI Summit, o líder da Comunidade Startups de Uberlândia, Fernando Kun, falou sobre a grande expansão de empresas no estado. Para isso, ele enalteceu a importância de que o conhecimento seja transmitido de geração em geração pelos empresários que ocupam postos de destaques no negócio. “É preciso que a atividade se movimente sempre. Quem está na liderança precisa ter ciência de passar o bastão em um determinado momento. E o líder também precisa guiar outras pessoas. Várias comunidades de startups acabam morrendo por falta de lideranças. Um líder não exerce seu papel apenas pelo cargo e, sim, precisa ter atitude”, adverte.

Durante o encontro, o público assistiu à apresentação do case de sucesso da NexAtlas, uma das principais plataformas de planejamento de voo e navegação aérea do país. Conhecida como Waze da aviação, a startup atende cerca de 2,7 mil pilotos de avião e helicóptero, dos quais quase 90% são pilotos profissionais de aeronaves de pequeno e médio porte, incluindo estudantes, táxi aéreo, militares e proprietários de aeronaves. Os 10% restantes são entusiastas do setor ou pilotos de simuladores.

A CEO da NexAtlas, Ana Raquel Calhau, destacou o papel de todo o ecossistema no desenvolvimento da startup. “Estamos estrategicamente posicionados no país, pois ficamos próximos de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Isso nos aproxima de grandes eventos e dos principais eixos que consomem tecnologia, além de termos à disposição um ambiente totalmente favorável para o crescimento do negócio”.

Marco Legal da Inovação

O Marco Legal da Inovação também foi pauta do ELI Summit Minas Gerais em Itajubá. Os especialistas debateram sobre o papel do poder público no financiamento e na garantia de condições e leis favoráveis para o surgimento de negócios inovadores em várias cidades brasileiras. A advogada Raquel Queiroz, ex-servidora da prefeitura de Londrina, falou sobre o papel das prefeituras. “O governo é parte importante do Ecossistema. O papel dele é regulamentar as políticas públicas de inovação, possibilitando o desenvolvimento das empresas”. Ela também mencionou trabalhos feitos como consultora em Lei de Inovação, com atendimento em mais de 30 cidades de sete estados.

Heraldo Ourem apresentou o projeto bem-sucedido do Núcleo de Gestão do Porto Digital (NGPD), entidade de natureza privada sem fins lucrativos, qualificada como Instituição de Ciência e Tecnologia, como Organização Social (OS) pelo Governo do Estado de Pernambuco e pela Prefeitura da Cidade do Recife. “O NGPD tem o propósito de estruturar e promover a gestão sustentável do Porto Digital, atuando como agente de implementação de políticas públicas que estimulam o setor de TIC (Tecnologia da informação e comunicação) e Economia Criativa”, diz Heraldo.

O dia de atrações no ELI Summit terminou com o painel “O que o Sebrae Minas está fazendo para alavancar os Ecossistemas Locais de Inovação”, com a participação dos analistas Andresa Paes, Luís Paulo Nascimento e Eduardo Ramos. Eles apresentaram trabalhos desenvolvidos nas regiões de Itajubá, Alto Paraopebas e Inconfidentes e Triângulo de fomento à inovação com a expectativa de gerar novos negócios e investimentos para as regiões mineiras.

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