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Diversidade, empreendedorismo negro e incentivo a novos negócios. Estes foram os temas que a cantora Iza abordou no maior evento de empreendedorismo de Minas Gerais, o E-Festival. Ela comentou sobre os desafios que enfrentou ao longo de durante a carreira e deu algumas dicas para os empreendedores que desejam começar e até mesmo remodelar o seu negócio.
Cantora, compositora, publicitária, em 2022 Iza lançou o edital ‘Entra na Roda’, projeto que busca potencializar e premiar pequenos negócios liderados por empreendedores negros. Em entrevista exclusiva à Agência Sebrae de Notícias Minas Gerais (ASN-MG), ela contou como tem buscado dar oportunidade e voz a essa comunidade.
ASN-MG: Sua história de vida é inspiradora e nos mostra como é possível reinventar a própria jornada. Que dica você daria para os empreendedores que se viram obrigados a remodelar ou até mesmo aqueles que desejam mudar o rumo do seu negócio?
Iza: Na verdade, eu comecei como publicitária e acho que o meu chamado desde sempre foi a música. Fico muito feliz por ter me formado em Publicidade, porque uso tudo o que eu aprendi no meu trabalho. Eu tenho um diploma de publicitária, mas me especializei em audiovisual, o que me ajuda muito no meu dia a dia. Não apenas por conta dos clipes e vídeos que eu gosto de fazer, mas por entender o que é uma narrativa e o universo da comunicação. Sobre rádio, TV, assessoria de imprensa, diagramação, coisas que fazem parte do meu trabalho.
E essa mudança de rota aconteceu por conta de uma paixão. O que eu tenho para dizer aos empreendedores é: qual é a sua paixão? Óbvio que não vai ser um caminho simples e fácil. Quando eu estou tentando me reinventar, atingir novos lugares, penso que tudo em volta pode mudar. Mas aquilo que fez com que os meus fãs se apaixonassem por mim, em primeiro lugar, não pode ir embora. Esse é um dos meus pilares, que são os meus princípios. Se você é apaixonado pelo que faz e, sabe exatamente quem é, todas as mudanças virão para melhorar o seu projeto.
ASN-MG: Entre tantos projetos, em 2022 você lançou o edital do ‘Entra na Roda’, que busca potencializar e premiar pequenos negócios liderados por empreendedores negros. Qual é o balanço desse trabalho e quais as principais dores enfrentadas por esses empreendedores?
Iza: O balanço foi muito positivo. A gente aprendeu na pele o que é criar um edital no nosso país. O quanto é um processo complexo e que precisa ser muito bem orientado. Tirar esse projeto do papel deu muito trabalho. Mas a partir do momento que ele nasceu, eu me senti muito mais útil. Como artista, celebridade, cantora, porque sinto que tudo que aconteceu na minha vida foi por conta das oportunidades que eu tive.
As oportunidades nem sempre aparecem para todos. Eu comecei a tentar entender como é que eu poderia retribuir aquilo que vinha acontecendo comigo, para as pessoas que me seguiam ou que não me seguiam, mas que se pareciam comigo. As que tinham um projeto na mão, mas que não tinham a oportunidade. E junto com parceiros e algumas marcas, a preta Hub e o IDR, a gente conseguiu tirar esse projeto do papel. Vi projetos se desenvolverem. Projetos que são vivos, que rendem frutos até hoje.
A próxima edição desse edital vai ser maior ainda, porque agora a gente sabe muito mais o que tá fazendo, sobretudo para captar marcas para estarem com a gente e alargarem esse valor. Espero que a gente consiga abastecer melhor essas pessoas e, de certa forma, contribuir para essa falta de diversidade no mercado. Eu não estou aqui para resolver todos os problemas, mas saber que eu consigo de certa forma impactar a vida de algumas pessoas me inspira.
ASN-MG: Uma pesquisa do Sebrae Minas sobre a percepção dos donos de pequenos negócios sobre o tema diversidade, equidade e inclusão no meio corporativo revelou que mais de 60% dos empreendedores mineiros promovem a diversidade em suas empresas. O que as empresas ainda precisam fazer para promover essa cultura?
Iza: Já estamos em 2024. Temos acesso a tanta informação e é inconcebível que a gente não veja oportunidades distribuídas de forma equivalente para todo mundo. Não é uma necessidade para que a sua empresa esteja ali na lista de empresas politicamente corretas, mas isso é uma questão de reparação social mesmo. Esse público precisa ser incluído no mercado de trabalho. Não tem tanto acesso ao meio acadêmico e existe uma barreira que precisa ser quebrada. Existem caminhos que precisam ser facilitados.
São questões que precisam ser ditas, porque existem muitas empresas que fazem isso da porta para fora, para que os outros vejam que ela se importa com isso. Mas sinto que isso começa a mudar.
ASN-MG: Com toda a sua trajetória, seja na publicidade, nas telas ou nos palcos, quais dicas você daria para quem está começando um negócio e tem o sonho de construir algo relevante para a sua comunidade?
Iza: Não pare! Às vezes a gente se sente desanimado diante de tantas dificuldades. Às vezes a gente se sente invisível, mas a partir do momento que você conhece o seu potencial, trabalhe nele para que as também o vejam. Esse serviço só você pode fazer. Se você tem esse desejo, se esse sonho nasceu de você, com certeza existe uma demanda para isso. Então, não desista! Continue produzindo, com certeza os caminhos vão se abrir pra você.
Assessoria de Imprensa Sebrae Minas
Aline Reis (Stark)
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