Nos últimos anos, as modificações sociais, culturais e ambientais na sociedade influenciaram a transformação da educação nas instituições de ensino públicas e privadas em todo o país. O avanço tecnológico contribuiu para que os processos de aprendizagem absorvessem novos conceitos, mudando o dia a dia de estudantes, professores e gestores educacionais. Para compreender o contexto de mudanças no atual modelo de ensino, o Polo CER Sebrae de Educação Empreendedora divulga em 2024 a pesquisa “Só tem no Brasil – Caminhos para uma educação transformadora”, que aborda diversas tendências a serem usadas pelos educadores nas escolas brasileiras.
Acesse a pesquisa completa pelo link.
O estudo foi realizado em duas etapas pelo ioasys com o objetivo de fazer o processamento, a sistematização e o cruzamento de informações e evidências. Na fase de imersão, foram desenvolvidas análises com base em relatórios e conteúdos nacionais sobre a área da educação dentro e fora do Sebrae. Já na etapa qualitativa, foram feitas 25 entrevistas em profundidade com especialistas em todo Brasil de diversas faixas etárias para apontar as percepções sobre o tema.
A pesquisa se concentrou em analisar os comportamentos da geração denominada Z (nascidos entre 1996 e 2010), que representa o maior percentual de jovens que estão na transição entre a escola e o mundo do trabalho. Os dados obtidos a partir das abordagens mencionam as perdas de aprendizagem e as desigualdades sociais, além do índice elevado de evasão escolar impostas pela pandemia da Covid-19, o que, por exemplo, levou os jovens a lidar com o problema da saúde mental.
“Em um mundo tecnológico em constante evolução, precisamos desenvolver características socioemocionais para enfrentar os desafios, atingindo assim, o bem-estar e o desenvolvimento integral. O futuro da educação brasileira se encontra na habilidade de mesclar a promessa da tecnologia com a essência da humanidade. A relação entre esses aspectos nos ajuda a encontrar o potencial de uma educação que capacita, inspira, liberta e empodera”, explica a gerente da Unidade de Educação Empreendedora do Sebrae Minas, Fabiana Pinho.
Tendências atuais
1) Busca pelo êxito
No atual cenário educacional, uma das principais tendências é que os jovens começam a dar destaque ao empreendedorismo como forma da busca individualizada pelo êxito. Desta forma, cresce cada vez mais a demanda por uma educação personalizada para que eles sejam protagonistas de suas próprias história
2) Educação flexível
Em outro conceito, o estudo mostra que os grupos adotam uma reavaliação do papel da escola e do professor na sala de aula. Logo, abre-se espaço para uma educação mais flexível, valorizando a troca e o diálogo no ambiente externo. Desta forma, eles se estabelecem em comunidades, dando ênfase ao papel coletivo no aprendizado.
3) Aprendizagem prática
A aprendizagem prática, orientada por projetos, também é um dos caminhos da educação apontada pelos especialistas. Segundo eles, as escolas deixaram de ser a única detentora do conhecimento. A pesquisa aponta que a ancestralidade, a imaterialidade cultural e a identidade devem ser consideradas no processo de aprendizagem.
4) Fluência emocional dos jovens
A quarta tendência apontada pelos entrevistados menciona a exaustão vivida pelos estudantes, provocada pela velocidade extensa dos acontecimentos. O estudo mostra que a fluência emocional ganha importância no contexto nas instituições de ensino. Com isso, surgem cursos em formatos mais curtos e técnicas de aprendizado imersivas e gamificadas, que podem cativar e entreter mais os estudantes, já que o equilíbrio se torna etapa importante em todo o processo.
5) Transformação digital
A última tendência observada diz respeito à transformação digital que é um dos caminhos onde o jovem é inserido no mundo. A inteligência artificial e a Web 3.0 interferem também na educação, levando à digitalização do ensino e da gestão educacional, ao aprendizado contínuo e a necessidade de domínio de novas ferramentas. O que muda a relação entre homens e máquinas.
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A educação brasileira em números
O perfil do estudante do Ensino Médio
98% concordam que deveria haver opções de formações voltadas para o mercado de trabalho
92% concordam que deveria poder escolher áreas para aprofundar seus estudos
31% dizem trabalhar fora de casa. Desses, 71% optou por encontrar um emprego para ter independência financeira
Fonte: Datafolha (2022)
O perfil da juventude brasileira (entre 18 e 22 anos)
61% brancos
38% negros
0,5% indígenas
0,4% indígenas
15% da população jovem apresenta algum tipo de deficiência
Abandono escolar é 8 vezes maior entre os jovens de famílias mais pobres
65% dos estudantes pretendem cursar uma faculdade
Apenas 24% dos jovens de 18 a 24 anos têm acesso ao Ensino Superior
Mais de 90% têm acesso à internet
65% dos jovens relataram ter aprendido menos desde o início da pandemia
48% dos jovens ressaltam estar exaustos ou muito exaustos
Fonte: Atlas da Juventude
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Assessoria de Imprensa Sebrae Minas
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